Brasil perde 1,2 milhão de empregos com carteira assinada no primeiro semestre

Manaus (AM) – O Amazonas vive uma “naturalização da desgraça”, com a população ignorando os riscos de uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus. A afirmação é do epidemiologista Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para o especialista, só isso é capaz de explicar como a capital do Estado entra, a partir desta segunda-feira (6), na quarta fase da liberação de atividades econômicas mesmo com o sistema de saúde ainda fragilizado para enfrentar novos picos da Covid-19. Manaus AM 07 072020“As pessoas viram uma tragédia sem precedentes no Brasil, mas parece que muitos se acostumaram com aqueles números aterrorizantes, com centenas de mortes e milhares de doentes graves em uma mesma semana”, afirma Orellana. “Em nenhuma cidade do Brasil a pandemia de covid-19 foi tão avassaladora quanto em Manaus”, acrescenta, lembrando que a capital do Amazonas foi projetada para o Brasil e o mundo como um exemplo de “tragédia sanitária”. fonte A,mazonia Real foto Bruno Kelli/Amazonia Real

O Brasil fechou 1.198.363 vagas de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre 2020, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira (28) pelo Ministério da Economia.

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O número é a diferença entre as 6.718.276 contratações e as 7.916.639 demissões registradas. No mesmo período em 2019, foram criadas 408 mil vagas, ainda de acordo com dados computados pelo governo.

O recordista de vagas fechadas foi o setor de serviços, com 507.708. Em seguida, vem o comércio, com perda de 474.511 postos. Na construção, o terceiro colocado, foram 32.092 empregos a menos.

Em meio à crise de outras áreas, o setor da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi o único que abriu novos empregos formais – no primeiro semestre, foram 62.633 vagas.

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Segundo o Ministério da Economia, o prejuízo da pandemia da covid-19 à economia foi o principal fator para desempregar tanta gente. O governo, no entanto, comemorou o fato de que o ritmo do fechamento de postos desacelerou em junho – foram 10.984 vagas a menos no mês, a menor perda do ano.

“Não podemos comemorar a perda de um emprego sequer, no entanto, comemoramos sim a melhora da economia e a melhora do mercado de trabalho. Temos, sim, motivos para comemorar nesse sentido”, afirmou o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco.

Edição: Rodrigo Chagas

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Foto:  Bruno Kelli/Amazonia Real

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