EDUCAÇÃO: Veto do governador a projeto psicopedagógico reforça descaso com educação

 

Estiveram presentes no público representantes de políticos estaduais, professores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais e militantes de causas psicopedagógicas.

 
Por Agência Alesp Sexta-feira, 19 de abril de 2013

Foi realizada, nesta quinta-feira (18/4), reunião pública contra o veto do governador ao PL 442/07, de autoria de Ana do Carmo, que dispõe sobre a implantação nos quadros funcionais das escolas estaduais de um psicólogo e de um assistente social, visando atender educandos e educadores.
Ana do Carmo, após agradecer ao público presente, lamentou o veto de Geraldo Alckmin a seu projeto, aprovado por unanimidade na Assembleia. Afirmou que a educação está atrasada, abandonada e sem condições de receber os jovens. “Colocar psicólogos e assistentes sociais é o mínimo que o governador pode fazer pela Educação, diante da necessidade atual”, disse a parlamentar após reforçar o desejo de juntar forças para a mudança.
Palavra de profissional
Rogério Giannini, presidente do Sindicato de Psicólogos de São Paulo, chamou atenção para políticos que, em seus discursos, afirmam que a educação é prioridade, mas que em suas ações a ignoram. Lembrou os anos de repressão política, quando teve início o debate sobre o funcionamento e o papel da escola, cujas ações ficaram na teoria.
Assistente social da Prefeitura de Guarulhos e membro da base do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo, Greyce Neves falou dos déficits e dos problemas que ocorrem com a falta dos profissionais do serviço social e da psicologia no âmbito educacional. Entre os principais problemas que a integrante da mesa observou nos jovens em seu trabalho como AS de crianças e adolescentes vítimas de violência, disse que os alunos que praticam algum tipo de violência reproduzem os atos como uma realidade que lhes é exposta.
Luiz Fernando Saraiva, conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, contou que os municípios vêm contratando profissionais das áreas pautadas, pois entendem a necessidade real que existe. Contra-argumentou todas as justificativas para o veto. “O governador parece não entender a atribuição da psicologia na educação. Somos parceiros dos professores. Temos que congregar forças”, finalizou o psicólogo.
Muna Zeyn, chefe de gabinete e representante da deputada federal Luiza Erundina (PSB), contou que a ex-prefeita de São Paulo apoia a causa e reforçou a importância da luta para que o projeto torne-se lei. “São vários os sinais de conflitos e violências que um aluno dá ao educador. Nada melhor que esses detalhes sejam atendidos por uma equipe interdisciplinar.”
Visando justificar a atuação dos psicólogos e assistentes sociais na rede de escolas estaduais, George Barbosa, pedagogo, psicólogo, pesquisador e membro da Sociedade Brasileira de Resiliência, leu carta trocada oficialmente com Geraldo Alckimin. Entre as justificativas usadas, o professor afirmou que os objetivos da propositura colaboram na consolidação da adesão escolar, abordagem de temas da superação, o ensino de habilidades para a vida e a gestão de conflitos, entre outros. Roseli Caldas, membro e tesoureira da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, dissertou sobre os alcances do projeto e ressaltou as doenças psicológicas que estão surgindo nas salas de aula.
Keiko Ota, deputada federal por São Paulo, demonstrou aprovação ao PL e destacou casos polêmicos que aconteceram recentemente na sociedade e que podem ser justificados pela falta de apoio psicológico que existe nas escolas de todo Brasil.
Ao final da reunião, foi aberto ao público questionar e debater os caminhos educacionais. Estiveram presentes no público representantes de políticos estaduais, professores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais e militantes de causas psicopedagógicas.

 
 

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