CPI decide nesta quarta se presidenta da Sabesp terá de explicar áudio vazado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo, que investiga a crise hídrica no estado, decide amanhã (29) se aprova requerimento para a presidente da Sabesp, Dilma Pena, ser obrigada a responder quais são os “superiores” responsáveis por omitir a gravidade da situação citados por ela em áudio vazado de uma reunião da diretoria da empresa.

O presidente da CPI, Laércio Benko (PHS), diz que a divulgação do áudio obriga a CPI a questionar a presidenta da Sabesp, pois na gravação ela considera um erro a opção pela omissão dos fatos. “Como é uma pergunta só: ‘Quem são os seus superiores?’, talvez não haja a necessidade de fazer todo um círculo”, diz Benko, em entrevista à Rádio Brasil Atual. Ele explica que a comissão vai decidir se coloca em votação se a executiva terá de falar ou se seu depoimento será um ofício.

“Se ela entende que a gerência superior prejudica o abastecimento de água, isso é grave, porque ela deveria se negar a cumprir a ordem superior. Ela está lá para atender aos interesses públicos”, argumenta o vereador. Benko ressalta que a presidente da Sabesp já prestou depoimento para a CPI duas vezes, no entanto, apenas depois do primeiro turno das eleições, em que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi reeleito. Ela negou, em seus depoimentos, que São Paulo esteja vivendo uma situação de racionamento, afirmando que apenas 2% da população sofrem com a falta de água.

Dilma Pena e o diretor da Sabesp, Paulo Massato, vão ser convidados na próxima semana pelos deputados de oposição ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) a prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa de São Paulo sobre o áudio vazado. A liderança do PT na Assembleia também vai entrar com representação no Ministério Público estadual, com pedido de investigação de possível ato de improbidade administrativa do governador e do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce.

Após a divulgação do áudio, o governo Alckmin divulgou nota cobrando esclarecimentos da Sabesp, mas se isentando das responsabilidades. “O governo de São Paulo nunca vetou qualquer alerta sobre a crise hídrica. Ao contrário, o próprio governador concedeu mais de uma centena de entrevistas coletivas, desde fevereiro, para salientar a gravidade da maior seca já registrada na história”, afirma a nota.

Fonte: Rede Brasil Atual

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