O presidente afastado da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou sua renúncia da presidência da Câmara na tarde desta quinta-feira (7).

Para petistas como o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), a renúncia é fruto de um acordo entre Cunha e o golpista Michel Temer, para livrar o deputado da cassação de seu mandato.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) concorda com Fontana e com a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG).

“Renúncia de Cunha tem cheiro de pizza e o cozinheiro responsável é Michel Temer. A cena do crime está montada: Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, mas mantém o mandato. Com isso, passa a articular a candidatura do seu sucessor, que terá a missão de evitar a cassação do seu chefe. Tudo isso com a conivência de PSDB e DEM e a regência do presidente interino Michel Temer”, afirmou Lindbergh.

 

Segundo o senador petista e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), apenas a renúncia não basta: “queremos que Cunha seja Cassado”.        

 

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) ainda criticou o ataque de Cunha ao PT e ao governo da presidenta eleita Dilma Rousseff.

Na quarta-feira (6), em mais uma manobra para safar Cunha da cassação, o relator do recurso do peemedebista à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) acertou com Temer a indicação para a direção-geral do Arquivo Nacional de José Ricardo Marques antes de propor que seja feita uma nova votação, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, do processo que decidiu pela cassação do mandato de Cunha.  

Cunha estava afastado do cargo desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu o seu mandato parlamentar por tempo indeterminado. Antes do anúncio de sua renúncia à presidência da Câmara, Eduardo Cunha sempre dizia que jamais renunciaria.

 

Cunha é réu na Lava Jato

Eduardo Cunha já acumula três denúncias no âmbito da Operação Lava Jato. Na última sexta-feira (1º), ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

As duas denúncias anteriores foram acolhidas pelo STF, fazendo Cunha réu, acusado de participação em esquemas de propina ligados à Petrobras.

Cunha é acusado de receber propinas de contratos de empresas fornecedoras de navios-sonda, no primeiro processo, e de manter contas com dinheiro desviado ocultadas das autoridades brasileiras na Suíça, no segundo processo.

A terceira denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aponta Cunha como integrante de um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal (CEF), que envolveria recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Fonte: Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias