Ao lado de Kirchner, Dilma pede eleições diretas e reforma política

 

 

 

 

 

 

 

Presidentas do Brasil e Argentina participaram da conferência em São Paulo. Dilma também criticou PEC 55 e reforma da Previdência proposta por Temer

 

Em seminário promovido na Casa de Portugal, em São Paulo (SP), a presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e a ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, debateram na noite desta sexta (9) sobre o tema “A luta política na América Latina hoje”.

Organizado pela Fundação Perseu Abramo (FPA), o evento, que abriu o seminário “Nossa America Nuestra”, atraiu centenas de pessoas. A bancada foi formada apenas por mulheres. Além de Dilma e Cristina, havia a presença da secretária de Relações Internacionais do PT, Monica Valente, e da vice-presidenta da FPA, Iola Ilíada.

“Hoje é uma mesa feminina e feminista”, conclamou Dilma, para aplausos da plateia que lotava a Casa de Portugal. Logo depois, a presidenta eleita, e destituída por conchavos políticos comandados pelo golpista Michel Temer, criticou o crescimento atual do neoliberalismo na América Latina após uma sequência de governos populares e democráticos.

Ela também destacou a distribuição de renda promovida pelos governos dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apontou para o futuro da luta política da esquerda no País.

“Numa primeira etapa, nós atacamos o problema da distribuição de renda. Mas não conseguimos combater a concentração de riqueza em nosso País, que seria uma segunda etapa. Esse seria, e será, o nosso próximo objetivo”.

Dilma lembrou que, em seu governo e de Lula, a política de valorização do salário mínimo, o acesso a casa própria para milhões de brasileiros, além da importância das ações educacionais, como a lei de cotas, o Prouni, o Fies, a formação técnica, entre outras medidas.

Sobre o seu processo de impeachment, Dilma afirmou que o início da crise se deu após sua reeleição. Seus adversários, explicou a presidenta eleita, não aceitaram os resultados democráticos das urnas e pediram a recontagem de votos e que ela não fosse empossada.

Após tomar posse, porém, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se tornou presidente da Câmara dos Deputados, a quem define como “neoliberal na economia e conservadores nos direitos civis”.

“Mas se fosse só o Cunha o problema, estava bom, estava ótimo… O grande problema era o grupo de apoio do Cunha”, afirmou a presidenta.

Dilma elogiou a luta dos estudantes secundaristas, que tomaram centenas de educações de ensino pelo Brasil para combater as medidas contra a educação de Temer. “Jovens ocupam escolas, para lutar por seus direitos, e são tratados com dureza e repressão. Mas quando um grupo invade o Congresso para pedir a volta da ditadura militar, é tratado com brandura”.

Por fim, a líder petista criticou fortemente diversas medidas do governo Temer, como a PEC 55, a reforma da Previdência, e a indicação de retiradas de direitos trabalhistas.

Ela também sentenciou quais são as duas medidas emergenciais para trazer o País de volta à normalidade democrática: “Eleições diretas e reforma política”.

Apoiaram a realização do evento o PT, o PCdoB, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Fundação Maurício Grabois, a Fundação Rosa Luxemburgo, o Insituto Nacional Hamilton Cardoso e o Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (Clacso).

 

Fonte: Agência PT de Notícias

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