Após ligação misteriosa, deputados esvaziam CPI da Merenda para blindar Governo Alckmin

 

A base do Governo Alckmin voltou a esvaziar uma reunião da CPI que investiga desvios de verba e pagamento de propina a membros do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em contratos da merenda escolar. A mesma manobra tinha sido feita na sessão da última terça-feira (08) e foi repetida hoje.

Durante o depoimento da ex-servidora da Secretaria Estadual de Educação, Marilena de Lourdes da Silva, os deputados governistas deixaram o plenário, no momento em que o único deputado da oposição na Comissão fazia perguntas à depoente. Alencar Santana questionava Marilena sobre o processo de chamada pública aberto em 2015, aberto pela Secretaria de Educação, na qual a Coagrosol, cooperativa que agia em conluio com a Coaf, acabou vencendo.

Marilena seria a primeira de três pessoas a serem ouvidas na sessão. Presidente da CPI, o deputado tucano Marcos Zerbini encerrou a reunião por falta de quorum, após a manobra liderada pelo outro tucano, deputado Barros Munhoz. Os deputados Delegado Olim (PP), Carlão Pignatari (PSDB) e Gilmaci Santos (PR) o seguiram. A medida não era consenso na base do governo. Outro tucano, o deputado Roberto Massafera não saiu do plenário e até insistiu para que a oitiva continuasse.

Pessoas presentes no plenário relataram que Barros Munhoz foi visto falando ao telefone e recebia orientações. O tucano foi visto falando `vocês querem que eu saía?` Questionado pela imprensa sobre o assunto, o deputado ficou alterado e atacou os profissionais da mídia chamando-os de parciais.

Indignada, a petista Marcia Lia falou que a atitude dos tucanos decepciona a população. “É um desrespeito com os estudantes e com a sociedade, especialmente com todos aqueles que nos elegeram para que estivéssemos aqui fiscalizando e defendendo os recursos públicos”, disse.

Alencar condenou o esvaziamento. Para ele, a atitude mostra fragilidade do governistas. “A base do governo percebeu que a investigação está demonstrando que pode apontar os mandantes do esquema. Já sabemos que houve pressão, que servidores colaboraram, que os ex-assessores do presidente (da Assembleia) Fernando Capez estão envolvidos. A CPI pode mostrar quem mandou e pra onde foi o dinheiro”, disse.

Fonte: Imprensa PT-SP

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