Alunos e funcionários denunciam perseguição na USP

Professor do Instituto de Física da USP, Otávio Helene apresentou um diagnóstico sobre o financiamento das universidades estaduais paulistas. “A educação superior recebe em média 0,5% do PIB estadual, embora na prática a graduação fique apenas com 0,25%. Há no Estado de São Paulo, nas últimas décadas, um abandono da educação pública em geral”.

Por Imprensa PT ALESP
Quinta-feira, 28 de junho de 2012

 

A criminalização dos movimentos sindical e estudantil nas universidades estaduais paulistas foi tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira (28/6) pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia. Segundo o presidente da comissão, o deputado do PT Simão Pedro, a reunião foi reivindicação do Fórum das Seis, entidade que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP e do Centro Paula Souza (Ceeteps), a partir de inúmeras denúncias de perseguição.

Advogado do sindicato dos trabalhadores da USP há duas décadas, Luiz Eduardo Greenhalgh afirmou que nem na época da ditadura militar houve tamanha perseguição a alunos, professores e funcionários da USP. “A gestão do reitor João Grandino Rodas”, continuou Greenhalg, “expulsa alunos e demite servidores com base em boletins de ocorrência, o que é um absurdo no mundo jurídico. A USP vive hoje num sistema policialesco, onde a segurança é capitaneada por três coronéis da Polícia Militar”.

Para o estudante Felipe Faria, do DCE da USP, Rodas se recusa a dialogar com a comunidade acadêmica e apresenta projetos de forma impositiva. Os estudantes lutam agora por uma reformulação do Estatuto da USP, que é o mesmo desde a época da ditadura militar.

Magno de Carvalho, do Sindusp, afirmou que Rodas está a serviços de um projeto. “Não é à toa que ele foi escolhido pelo governador, que, pela primeira vez, não aceitou o primeiro nome apresentado”.

Questão do financiamento

Professor do Instituto de Física da USP, Otávio Helene apresentou um diagnóstico sobre o financiamento das universidades estaduais paulistas. “A educação superior recebe em média 0,5% do PIB estadual, embora na prática a graduação fique apenas com 0,25%. Há no Estado de São Paulo, nas últimas décadas, um abandono da educação pública em geral”.

Segundo Helene, 87% do ensino superior paulista se dá em faculdades particulares, contra a média de 75% no Brasil. Esses cursos também são em sua maioria de gerenciamento e administração, e buscam clientes onde há renda, não necessidade social. Houve aumento do número de vagas, mas esse incremento foi menor que o crescimento populacional e que necessidade da população. Isso fez com que São Paulo perdesse espaço na produção de bens e serviços por falta de formação de força de trabalho.

 

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