A política educacional tucana na essência não muda!

Constatação vem de audiência pública com secretário de educação do Estado, Herman Voorwald.

Por Bia Pardi

O Secretário da Educação do Estado esteve presente na Comissão de Educação e Cultura cumprindo preceito constitucional –Artigo 52 A, para prestações de contas das ações, projetos e programas da pasta.

Em que pese sua aparente disposição a um contato constante e direto com a categoria e suas entidades representativas, o secretário não apresentou nenhum indício de mudança na política exercida no órgão.

Questionado sobre as férias divididas dos professores (as) (quinze dias em janeiro e quinze em julho- Resolução 44) afirmou que essa demanda veio da rede nas discussões dos pólos regionais o que foi vivamente contestado por professores presentes e que participaram dessas reuniões. Diante das evidencias da insatisfação da categoria deixou em aberto possibilidade de alteração dessa medida. Fica claro que atitudes arbitrárias e sem discussão como essa,atestam que a relação da secretaria com a categoria não é nada democrática, característica dos governos tucanos.

Sobre a questão salarial e reposição das perdas desde 1998 , embora tenha concordado que o reajuste concedido não contemplou as reivindicações, afirmou que foi o maior possível, resposta típica dos partidários do PSDB, que sempre trataram Educação como custo e não como investimento, resposta essa ouvida há mais de 16 anos pela rede, mesmo sendo apresentado pelas entidades cálculos e mais cálculos sobre excesso de arrecadação, aumento percentual do orçamento, utilização bem abaixo do limite prudencial da folha de pagamento, etc. que poderia melhorar os reajustes concedidos.

Para além disso, a política de responsabilizar os profissionais do fracasso dos projetos e da péssima avaliação do ensino no Estado prática comum em vários governos do PSDB e a contrapartida de instituir avaliações pela meritocracia, como se a vontade individual de ser um bom professor pudesse fazer frente às péssimas condições de trabalho e salário e ao autoritarismo que impera na rede e na secretaria ainda marcam presença
nas diferentes esferas da estrutura educacional.

Nesse sentido, não há nenhum gesto do secretario para mudar o método de avaliação e suas repercussões na carreira.

“Não há construção de uma política pública de educação sem que se ouça o segmento”. Nesta frase lapidar, emitida pelo secretário, está contida toda a diferença e uma outra concepção de democracia.poderia ser assim expressa:”Não há construção de uma política pública de educação sem a participação efetiva dos educadores, construindo projetos pedagógicos coletivamente” sendo valorizados como sujeitos do processo educacional, como profissionais de uma das mais importantes profissões de caráter social e portadores potenciais de instrumentos de mudanças. Portanto, para que se altere significativamente as condições da Educação no Estado de São Paulo, não basta só ouvir, ou atender minimamente as demandas dos professores (as) Impõe-se a necessidade da abertura de um processo intenso de debates, a elaboração coletiva do Plano Estadual de Educação, em conjunto com a sociedade e o entendimento de que a Educação, como dizia Paulo Freire, por si só não transformar o mundo , mas sem ela, essa transformação não ocorrerá.

*Bia Pardi é coordenadora Setorial Estadual de Educação

 

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