“Sou jovem, sou mulher, sou negra , sou prounista e me apaixonei pelo movimento estudantil”. É assim que Flávia Stefanny, a nova presidenta da União Estadual dos Estudantes, a UEE, se define. Estudante de Farmácia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a PUC de Campinas, Flávia tem 23 anos e foi eleita democraticamente, com pouco mais de 60% dos votos dos delegados e delegadas, no Congresso que ocorreu neste final de semana na Universidade de Campinas, a Unicamp.
Bolsista do programa Universidades para todos, o Prouni, Flávia já a atuava como diretora de Universidades Particulares na entidade.
Na entrevista ao Portal e Rádio Linha Direta, ela falou sobre as bandeiras da nova gestão à frente da maior entidade estudantil universitária paulista e os debates em entorno da redução da Maioridade Penal.
Sobre a responsabilidade de assumir a entidade, Flávia falou que está empenhada em defender os direitos dos estudantes e lutar contra a precarização das universidades paulistas. “Ser eleita presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo é uma responsabilidade muito grande, pelo estado de São Paulo ser o maior estado com estudantes no Brasil. Tem 40% dos estudantes e várias de suas universidades são maiores que muitos estados do nosso país. Então, é uma responsabilidade que temos com a condução do movimento estudantil de uma forma integra, de uma forma que de fato beneficia os estudantes no estado de São Paulo e também o compromisso com a luta. Não será fácil travar uma luta contra os tubarões do ensino, travar uma luta contra o governo do estado de São Paulo que cada vez mais precariza as nossas universidades paulistas”, explica.
Flávia frisa que sua gestão quer construir unidade junto aos movimentos sociais para lutar contra a redução da maioridade penal. Segundo ela, hoje esse projeto representa o maior retrocesso com perda de direito da juventude. Outra propostas é o passe livre no Estado de São Paulo todo. “O passe livre foi uma conquista na cidade de São Paulo, mas é uma conquista, é uma luta que precisa ser levada para todo o estado. A outra luta que precisamos ter é o combate ao governo do estado. Hoje o governo tucano, governo Alckmin, promove um dos maiores retrocessos, um dos maiores desmontes. Uma das maiores marcas do seu governo neoliberal é a educação no estado de São Paulo que é uma educação precarizada, onde os estudantes não tem acesso a nenhum tipo de informação e a nenhum tipo de cultura, a nenhum tipo de esporte, a nenhum tipo de lazer. Esse é um problema que precisamos vencer para o próximo período e nós só vamos conseguir vencer em unidade com os movimentos sociais, e a União Estadual dos Estudantes, acho que é uma das únicas entidades que consegue construir isso pela sua diversidade”, avalia.
Na entrevista, Flávia coloca que ingressou no movimento estudantil pela vontade de mudar a vida das pessoas, para poder de fato contribuir de alguma maneira para transformação da sociedade.
Fonte: Elineudo Meira | Linha Direta