PT-SP: Protagonismo na formulação política e a construção de Frente Democrática e Popular norteiam 1º debate Pós-Congresso Nacional

 

Com participação em peso da militância, Fórum de Conjuntura Eleitoral do PT Estadual reuniu em São Paulo os debatedores Mônica Valente e Elói Pietá para discussão sobre resoluções do 5ºCongresso

 

O Partido dos Trabalhadores em São Paulo realizou na noite da última quarta-feira (17/06), o primeiro debate Pós- 5º Congresso Nacional, promovido pelo Fórum de Conjuntura Eleitoral do GTE PT-SP, com a apresentação dos principais temas e resoluções discutidas na Etapa de Salvador (BA), ocorrida entre os dias 11 e 13 de junho.

A mesa-redonda contou com a participação da secretária nacional de Relações Internacionais do PT e secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, e o ex-prefeito de Guarulhos e diretor executivo do Instituto Visão Pública, Elói Pietá, com mediação do coordenador estadual do GTE PT-SP, Rodrigo Funchal.

Em seu sexto encontro, o Fórum reuniu o maior público até o momento, ao mobilizar cerca de 100 pessoas, na sede estadual do PT-SP. Dentre o grupo participante estiveram militantes, presidentes de diretórios, dirigentes, representantes de assessorias parlamentares, de movimentos sindicais e sociais do estado de São Paulo como o vice-presidente nacional do PT e diretor da Escola Nacional de Formação, Jorge Coelho; a secretária municipal de Organização do PT paulistano e membro do Diretório Nacional, Débora Pereira; os coordenadores de Macros, Claudinho da Geladeira (ABC), Thaís Tosato (Mantiqueira), Angelo Barreto (Campinas) e Irineu Casemiro (Osasco); membros da executiva estadual como Martinha (Mulheres), Gerson Bittencourt (Organização), Silvana Donatti (Assuntos Institucionais), Padre Severino (Setorial Agrário), Vivian Mendes e Chico Metralha; ex-deputados como Francisco Chagas; ex-prefeitos como Marco Aurélio (Jacareí) e Mário Reali (Diadema); e representantes de Sindicatos dos Bancários como o presidente Belmiro Moreira (ABC) e o diretor João Cardoso (Guarulhos e Região).

Dentre as 16 intervenções dos participantes no encontro, os principais temas apresentados foram a reavaliação da comunicação; a defesa da Petrobras;  a relação entre PT, Governo e mandatos;  a organização partidária; a reaproximação com a sociedade; a renovação do partido; e o posicionamento do PT em relação a temas do cotidiano, como a terceirização no trabalho e a redução da maioridade penal.

“Foram excelentes intervenções, tanto dos convidados quanto do público presente. A iniciativa do PT-SP em realizar o primeiro debate pós-Congresso somada a participação em peso dos militantes, dirigentes, mandatos e representantes da sociedade demonstram o engajamento de todos e todas em fortalecer o partido”, avalia Funchal.

 

Protagonismo do PT

No início do debate, Mônica Valente afirmou que uma das principais metas alcançadas pelo Congresso foi o amadurecimento do PT, ao longo dos 35 anos de vida, em se caracterizar cada vez mais como partido de massas e o seu enraizamento no povo brasileiro.

“Este Congresso, frente aos desafios colocados e autocríticas necessárias, recolocaram o PT como protagonista da formação politica como partido. Tenho convicção que, como partido, no governo de coalizão da presidenta Dilma podemos mudar a condições políticas e econômicas no país para que o programa de governo, por meio do qual a presidenta Dilma foi eleita, possa se concretizar efetivamente a retomada do crescimento econômico para o povo brasileiro”, reflete Mônica.

Por outro lado, Elói Pietá disse aos presentes que o 5º Congresso Nacional “reconheceu erros estratégicos, procurou definir objetivos estratégicos e discutiu muitas questões táticas”. Segundo ele, as táticas inadequadas do partido e dos governos do PT fizeram com que surgissem três erros estratégicos:

“Não ter usado a força politica e social conquistada, por meio dos governos Lula e Dilma, no fortalecimento da relação com a base social e a sociedade para mudar o sistema político; não ter usado a força politica e social conquistada para democratizar os meios de comunicação de massa; e a transformação do PT num partido predominantemente parlamentar e eleitoral, primado pela política aliancista”, enumera Elói.

 

 

Relação social

 

Tanto Elói quanto Mônica concordaram com uma das resoluções do 5º Congresso, que apontaram novas definições de estratégias políticas, como a construção de uma Frente Social Democrática e Popular visando a inclusão dos movimentos sociais, culturais, sindicais e ecumênicos na organização das demandas da sociedade.

“Uma ‘Frente’ que seja diferente das alianças políticas. Que seja uma alianças de classes. A mudança na correlação de forças políticas e classes sociais somente se dará com a união dos movimentos da classe trabalhadora e segmentos organizados da sociedade. Sem isso não conseguiremos atingir outros objetivos estratégicos”, explica Elói, ao citar a formação política e ideológica como prioridades do partido.

Já Mônica frisa que a “Frente” necessita ter um caráter mais orgânico e permanente. “(Uma Frente) que nos permita, além da formulação, fazer a mobilização necessária para garantir as condições politicas que não existem na politica brasileira, a fim de que o governo da presidenta Dilma avance na consolidação das políticas sociais e no desenvolvimento econômico, agrário, comercial, industrial e da indústria naval”, enfatiza.

 

Objetivos e táticas

Elói traçou um paralelo entre a fundação do PT e os tempos atuais para exemplificar a elaboração de táticas para alcançar os objetivos estratégicos. “Formamos o PT com determinadas características que tinham a ver com os objetivos estratégicos, ao colocar a classe trabalhadora numa nova relação com as classes dominantes”.

Ainda de acordo com o dirigente, uma vez alcançado este patamar de uma nova correlação de forças na sociedade, as táticas não podem contrariar os objetivos estratégicos.

 

“Se a tática é inadequada à estratégia, o resultado é que a estratégia fracassa. Nosso problema é o que o PT precisa fazer hoje, e não apenas refletir o passado e prometer no futuro. O que ele faz hoje é efetivamente tática, ou seja, adaptar ações às situações vividas e a conjuntura apresentada do presente para alcançar os objetivos estratégicos no futuro”, explica Elói.

 

Mobilização e Renovação

 

Mônica Valente relembrou o período que antecedeu o Congresso como muito importante para mobilização e definição das prioridades estabelecidas para o Partido dos Trabalhadores. Das 400 Etapas estaduais, regionais, municipais e livres preparatórias com público estimado em 20 mil pessoas em todo o país, somente no estado de São Paulo foram realizadas 140 Etapas com a presença de 13 mil militantes, entre os meses de março e maio deste ano.

“Além disso, a Etapa Nacional registrou 765 credenciados num total de 794 inscritos. Foi a maior participação de todos os congressos do PT realizados até hoje, sendo que 25% dos delegados e delegadas eram abaixo dos 30 anos. Isso já é reflexo da decisão do 4º Congresso e do PED”, afirma.

A manutenção do PED (Processo de Eleições Diretas) foi ratificada pela maioria dos participantes do 5º Congresso como “uma conquista do partido no diálogo e participação democrática da militância”. Porém, o instrumento precisa ser aprimorado e ampliado, por exemplo, nas redes sociais como a criação de núcleos virtuais.

Também foi aprovada no 5º Congresso a realização de um seminário em até 90 dias, para aprofundamento das propostas de organização frente aos desafios colocados.

 

Próxima reunião

 

O Fórum de Conjuntura Eleitoral do GTE PT-SP realiza o sétimo encontro no dia 1º de julho (quarta-feira), às 19h, na sede do PT-SP. O espaço é aberto para a participação dos militantes, dirigentes, parlamentares, prefeitos, prefeitas e vices, coordenadores e coordenadoras de Macros, representantes dos movimentos sociais e entidades da sociedade civil.

 

Fonte: Fábio Sales GTE PT-SP

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