Em 2009, o governador José Serra foi alertado para os problemas hídricos que ocorreriam em 2015, caso o estado não enfrentasse o problema da água.
Trabalho encomendado pela Secretaria de Meio Ambiente ao Instituto Sagres ouviu 200 especialistas visando traçar os cenários ambientais para 2020. Nele, é prevista a crise de 2015, se nada fosse feito.
Na apresentação, o Secretário Francisco Graziano Neto escreveu:
“As políticas públicas aqui propostas visam atingir a melhor qualidade ambiental no Estado de São Paulo até o fi nal da próxima década, por meio de ações articuladas entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Espera-se que este projeto seja precursor de muitas iniciativas de planejamento ambiental, tanto em nível estadual quanto regional.
Com cenários e propostas estabelecidos, cabe a nós, agora, transformá-los em realidade.
Menos discurso e mais gestão ambiental. Mãos à obra, para o bem, e o futuro, da Humanidade”.
Na página 27 o estudo traça o Cenário de Referência – o cenário provável se nada fosse realizado.
Na página 38, prevê-se a crise de 2015.
“Por volta de 2015, a crise atingiu também a Bacia Hidrográfi ca dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), obrigando as autoridades a aumentarem a quantidade de água trazida dos reservatórios Barra Bonita e Jurumirim para garantir o abastecimento da chamada “Macrometrópole”.
(…) “A Agência Nacional de Águas (ANA) disponibilizou técnicos que auxiliaram na mediação do confl ito. No auge da crise, prefeitos e vereadores aprovaram pacotes com leis restringindo temporariamente algumas atividades econômicas de uso intensivo de água”.
Na página 44, o trabalho desenha o que seria um Cenário Ideal.
Seria um estado com Zoneamento Ecológico Econômico, através de um consenso político tocado pelo governo do estado e atuando através dos Comitês de Bacias e Consórcios Municipais.
O zoneamento permitiria planejar investimentos nas áreas de serviço e infraestrutura para cidades pequenas e médias, desconcentrando a capital.
“O Governo do Estado deveria lançar um Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos, garantindo o abastecimento de um dos maiores aglomerados urbanos do planeta: a macrometrópole paulista, que inclui as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Sorocaba, Jundiaí e São José dos Campos”.
“Simultaneamente deveria implementar o Projeto Aquíferos, com foco principal na proteção dos aquíferos do Estado, responsável pela identificação das áreas críticas em termos de qualidade e quantidade e pela criação de mecanismos de controle e restrição para a exploração da água subterrânea”.
Nada foi feito nem pelo governo Serra nem pelo governo Alckmin.
Fonte: Jornal GNN – Blog do Nassif