Uma das fake news favoritas surgidas no bolsonarismo é a de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “financia” países (de preferência totalitários), em prejuízo da economia brasileira. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, foi nesta terça-feira (24) às redes sociais para comentar o assunto, afirmando que “sobra desinformação” a respeito.
“O que é feito pelo BNDES é o financiamento para exportação de serviços de empresas brasileiras, com agregação de valor e geração de empregos qualificados no Brasil”.
Assim, o banco não trata de financiamento a países, observa o ministro. “O BNDES financia a empresa brasileira exportadora, não financia outro país!”, ressalta Pimenta. “Não existe risco de calote, uma vez que a garantia do pagamento são os recebíveis dos importadores, se eles não pagarem, o seguro cobre este prejuízo”.
Obra de ficção
Com isso, emenda o titular da Secom, “dizer que o Brasil financia obras no exterior não passa de uma obra de ficção, uma vez que o financiamento é feito para a empresa brasileira que vai exportar e gerar empregos aqui”.
O próprio banco lembra que não empresta dinheiro a países, mas a empresas, muitas realizando obras em diversos países, com retorno em dólares para o Brasil. Na área de engenharia, por exemplo, o BNDES financia operações para obras no exterior desde o final dos anos 1990.
BNDES desmente boato
Informe de 2019 do próprio BNDES – ou seja, no governo Bolsonaro – mostra que o maior volume de financiamento, no período 1998 a 2017, está longe de ser uma “ditadura socialista”, como repetem os bolsonaristas. O principal destino são os Estados Unidos, com US$ 17 bilhões. Depois vêm Argentina (US$ 3,5 bilhões), Angola (US$ 3,4 bilhões), Venezuela (US$ 2,2 bilhões) e Holanda (US$ 1,5 bilhão). No total, são mais de 40 países.
Os próprios resultados do banco, disponíveis no site da instituição, mostram lucro líquido em todos os anos ao longo dos governos Lula e Dilma (2003 a 2015, ano anterior ao golpe que tirou a presidenta do cargo).
Redação Rede Brasil Atual