A escola não é uma máquina de reprovar crianças, diz secretário de Educação

O fim da aprovação automática na rede municipal de São Paulo está mantido, com a avaliação correspondente e eliminatória. O secretário César Callegari disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que todo o esforço da escola, professores e gestores será empreendido no sentido de promover a recuperação do estudante. Ao final, o conselho de classe se manifestará sobre a sua evolução ou não. 

O secretário de Educação César Callegari defende o processo como parte de uma reestruturação que busca estimular o envolvimento de estudantes e familiares. “É claro que tem que estudar para passar, o que nós precisamos ter agora é aprovação com mérito, com condições de desenvolver, e são essas as orientações que desde o começo estão sendo passadas para todas as escolas. São elas no final, as escolas, os conselhos de classes, os conselhos de escola que vão avaliar se a criança, se o jovem, tem ou não tem condições de prosseguir com os seus estudos no ano seguinte”.

Para o secretário, as demais ações implementadas na rede, como o boletim bimestral em todas as escolas e notas de zero a dez, facilitam o acompanhamento de pais e alunos e estimulam o esforço. “Essa história de passar e ir passando sendo empurrado ano a ano, sem ter conhecimento a respeito daquilo que foi ensinado, não pode mais acontecer, porque chega um certo momento da vida em que a criança ou jovem já adulto vai ter que pagar o preço daquilo que não aprendeu. Quando nós estabelecemos de novo as notas de zero a dez, porque elas não existiam, eram conceitos completamente incompreensíveis pelas famílias, é exatamente para permitir que aquele bom aluno, aquele que se esforça, ele possa verificar a qualidade do seu mérito, do seu esforço”, disse. “O aluno, para passar, tem que estudar, tem que trabalhar para que fazer que os deveres de casa aconteçam, as famílias têm que acompanhar”, completou Callegari.

Avaliação

A avaliação a cada dois meses, podendo ser mensal em alguns casos, permite que se acompanhe a evolução ao longo do ano letivo. A atenção das famílias ao boletim e aos fatores que possam estar interferindo na aprendizagem dos alunos. No final do ano, toda a trajetória é levada em consideração, incluindo o histórico de faltas, na avaliação sobre a potencialidade daquele aluno para progredir de série. O apoio pedagógico complementar aumenta ainda as chances de recuperação do estudantes, porque o fim do conceito de aprovação automática não pode ser simplesmente substituido pelo da reprovação. Ao aluno, são oferecidas todas as condições para que seu potencial seja levado em conta na decisão de retê-lo ou levá-lo à série seguinte.

“São consideradas as notas bimestrais e a avaliação do conjunto do trabalho também. A escola não é uma máquina de reprovar crianças, nós queremos que ela estude, passe de ano com condições de acompanhar a matéria do ano seguinte, mas é um conjunto de avaliações, inclusive dos trabalhos que as crianças fazem e, sobretudo, do seu desempenho final, do seu desempenho global”, explica Callegari. “É uma mudança grande, uma mudança em que as famílias precisam ficar muito atentas, mais do que qualquer um, as próprias famílias, para apoiar os seus alunos, para dar aquela recuperação quando isso é necessário”,  complementa.

Fonte: Prefeitura de SP- Secom

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