“Vamos continuar fazendo as mobilizações nas escolas até o dia 14 de novembro”, afirma a presidenta da UPES, Angela Meyer

Na entrevista para a Rádio Linha Direta e o programa Café São Paulo, a dirigente estudantil avaliou o impacto do situação educacional se o Governo Alckmin fechar algumas escolas a partir de 2016

 

Natural de Rio Claro, no interior paulista, Angela Meyer foi eleita para presidir a União Paulista dos Estudantes Secundaristas, a UPES, em abril de 2014.

Meyer, que está já há 5 anos no Movimento Estudantil, começou presidindo o grêmio da escola E. E. Carolina Augusta Seraphim, em sua cidade e de lá passou à presidência da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas).

Entrevistada pela jornalista Rosário Mendez, no programa Café São Paulo da Web Rádio Linha Direta, a presidenta da UPES, Angela Meyer, falou sobre o fechamento das escolas estaduais, no que o governo Alckmin vem chamando de reestruturação do ensino público, das mobilizações pelo estado, e além da participação da entidade estudantil no debate do Plano Estadual de Educação sendo discutido na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Ângela falou do propósito da mobilização dos estudantes em todo o estado e do projeto e as mudanças, que já devem impactar algumas escolas a partir do início de 2016, e a semana de mobilização da entidade. “Nós chamamos a semana estadual de mobilização pela UPES, para a gente conseguir com que a população no estado de São Paulo, os estudantes, os pais e os professores se mobilizassem em torno dessa pauta que é a desorganização das escolas e a questão dos fechamentos das escolas também. Me preocupa muito ver o secretário de educação dizendo que vão fechar às escolas devido a falta de estudantes”, explica a presidenta da UPES.

Ela também comentou como a entidade e os estudantes ficaram sabendo da reorganização das escolas e como fizeram as mobilizações pelo interior. “Tem uma serie de paralisações que estão acontecendo no estado de São Paulo todo. Chamamos ato no interior, Rio Claro, por exemplo, Sorocaba. Fomos recebidos pela Diretoria Regional de Ensino. A gente tem que mobilizar, conseguir uma resposta do governo do estado de São Paulo a respeito desta questão. Não fomos consultados a respeito disso e foi uma determinação que saiu sem a gente sequer dar uma opinião a respeito disso. Só viu o Herman [secretário da Educação de São Paulo] dando uma entrevista na Globo e foi dessa maneira que foi anunciada a reorganização das escolas”, analisa Meyer.

As medidas que estão sendo tomada em relação ao Plano Estadual de Educação, que estão sendo debatidas na Assembleia Legislativa de São Paulo, também foram lembradas. De acordo com ela, o governo age de maneira antidemocrática com relação a juventude e, sobretudo, a educação. “Se os movimentos de educação não tivessem se mobilizado e não juntasse uma parcela dos deputados na Assembleia Legislativa, o plano já teria sido aprovado. A gente conseguiu reverter isso algumas semanas atrás e agora vão ser realizadas as audiências públicas a respeito do tema”, exaltou a dirigente.

Meyer também acredita que a luta por um Plano Estadual de Educação mais democrático pode ser somada às manifestações contra a proposta de Alckmin de tornar a organização da educação estadual em ciclos. Segundo ela, as duas coisas estão andando juntas, “São mobilizações que falam respeito da questão educacional, onde a gente precisa pautar uma nova escola, as escolas dos nossos sonhos, onde a gente consiga uma nova realidade que seja de qualidade. Para isso vamos continuar fazendo as mobilizações e as paralisações nas escolas até o dia 14 de novembro, quando acontecerá o dia D. Até lá nós vamos conversar cada vez mais com toda a população e ter mais apoio também de toda a população paulista. Também precisamos ocupar as audiências públicas do Plano Estadual de Educação, para além da questão da reorganização, para dizer que todos os outros problemas que a escola pública tem e que a gente precisa debater de verdade”, afirmou a presidenta da entidade estudantil paulista.

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