Ainda está no campo da especulação as projeções sobre o que será do mundo pós-pandemia. Mas uma coisa é certa: a urgência em repensar o modelo econômico e o papel do estado para superar a crise. Neste sentido, uma das propostas mais ousadas do pré-candidato a prefeito do PT, Jilmar Tatto é trazer para São Paulo os bancos comunitários com um dos braços do Renda Básica da Cidadania e que atenderia às realidades encontradas nas periferias da capital.
Para elaborar o projeto, que deverá figurar em seu plano de governo, o petista conversou nesta quarta-feira (8) com Leandro Rodrigues, da Rede Brasileira de Renda Básica, e Joaquim de Melo, presidente da Associação Nacional dos Bancos Comunitários (ANBC), teólogo e criador do Banco Palmas, criado em Fortaleza e a primeira experiência do tipo no país.
“Acho a ideia dos bancos comunitários fantástica e quero muito trazer isso para São Paulo para que as pessoas possam pegar um empréstimo, abrirem sua lojinha, reformarem suas casas. Seria o banco das periferias. E isso mudaria a lógica financeira dessas comunidades”, aponta Tatto.
Rodrigues acredita muito na possibilidade de uma cidade do tamanho de São Paulo implantar bancos comunitários. “O primeiro banco comunitário começou lá em Fortaleza no Conjunto Palmeiras, há 21 anos, e também despertou dúvidas se daria certo. Hoje o Banco Palmas é a inspiração para fazer girar a economia na própria comunidade”.
Além dos bancos comunitários, Leandro apoia também a proposta de Tatto de colocar em prática, de maneira gradual, o Renda Básica da Cidadania. “São Paulo precisa entrar neste movimento de Renda Básica. Se isso acontecer vai ser algo de uma proporção inigualável no mundo. O passo mais importante para chegar à RBC é o próximo passo. E o próximo passo em São Paulo é fazer com que as pessoas mais vulneráveis, parte delas tratada como invisíveis, tenham parte na imensa riqueza que a cidade produz.
Entenda como funciona um banco comunitário
De acordo com o Instituto Banco Palmas, os “bancos comunitários são serviços financeiros solidários, em rede, de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da Economia Solidária”.
Seu objetivo, ainda segundo o BC, “é promover o desenvolvimento de territórios de baixa renda, através do fomento à criação de redes locais de produção e consumo” com incentivo à criação “de pequenos empreendimentos produtivos, de prestação de serviços, de apoio à comercialização e o vasto campo das pequenas economias populares”.
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Da Redação Equipe Jilmar Tatto