Tatto: “O combate ao racismo estrutural tem que estar na escola e dentro da gestão”

É de Matilde Ribeiro,  ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Governo Lula (pasta hoje extinta pela gestão de Bolsonaro), é certeira quando o assunto é racismo estrutural: “É muito importante a ter a inclusão racial como tema que perpassa todos os outros. Ele tem que estar na ordem do dia. Um governo que se propõe democrático tem que levar em conta a dimensão do racismo estrutural que tão mal faz ao nosso país”.

A declaração foi dada durante encontro realizado na quinta (27) e promovido pelo pré-candidato a prefeito do PT em São Paulo, Jilmar Tatto. Além de Matilde, também estiveram presentes, o seu sucessor, sociólogo Edson Santos, e Martvs Chagas, secretário nacional de Combate ao Racismo do PT São Paulo.

Embora tenha passado a maior parte do tempo com os ouvidos atentos ao que diziam os colegas petistas, cujo lugar de fala é salutar, Tatto aproveitou para reiterar seu compromisso em fazer valer o que sugere Matilde, caso seja eleito o próximo prefeito da capital. “Temos que criar políticas transversais que incluam a população negra em todos os setores da prefeitura. SP precisa ser a cara do seu povo; e o seu povo é essencialmente negro. Acredito que o combate ao racismo tem que ser uma das prioridades de quem administra a cidade”, aponta.

Tatto concorda com os que acreditam que o combate ao racismo estrutural começa nas escolas. “Mais do que nunca, é urgente que as escolas públicas tenham professores de história preparados para passarem adiante as histórias dos povos afrodescendentes”.

Edson Santos complementa: “É fundamental entender que tratar da questão racial é tratar de políticas raciais. É inaceitável que um país em que metade da população de auto declara negra, ainda seja tão mal representado por si mesmo”.

Para Martvs, não se trata apenas de correção histórica; “A população negra é a que mais conhece a realidade da nossa cidade. É impossível fazer uma SP anti-racista sem a participação de negros e negras nos espaços de poder”.

Tatto, quando secretário das gestões petistas, já havia colocado em prática políticas de combate ao racismo. “Quando estive à frente da secretaria de Transportes da cidade, fiz questão de que o quadro de funcionários homens e mulheres, brancos e negros, fosse igualitária. Implementei isso e me orgulho. Mas, às vezes, se não tem quem atente a isso, ou avise, acabamos sem igualdade racial no cotidiano”.

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