Sob Lula, Brasil caminha para erradicar a fome e deixar Mapa da FAO em 2026

Gustavo Bezerra

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta quarta-feira (11) que o Brasil caminha para sair novamente do Mapa da Fome em 2026. O anúncio foi durante a audiência pública na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, que recebeu o ministro para ouvir os planos da pasta para os próximos anos. O Brasil saiu do Mapa da Fome pela primeira vez em 2014, segundo a FAO/ONU, mas voltou novamente ao mapa em 2021, no desgoverno Bolsonaro.

Durante a apresentação das metas da pasta, o ministro Wellington Dias explicou que, desde a posse do presidente Lula, em 2023, o Brasil vem reduzindo sistematicamente a extrema pobreza no país. Ele destacou ainda que o número de pessoas que passavam fome no Brasil também caiu, passando de 33 milhões de pessoas em 2023 para 8,7 milhões atualmente.

“Em 2023, o Brasil estava com um percentual de 2,8% da população em extrema pobreza e começou o ano com 33 milhões de pessoas passando fome. Já em 2024, estudos indicam que esse percentual caiu para 2,3% ou 2,4%, o que vamos saber em julho quando a FAO (Órgão das Nações Unidas) anunciar em um Congresso na Etiópia. Acreditamos que vamos baixar ainda mais esse índice em 2025. Levando em conta que para sair do Mapa da Fome é preciso estar abaixo do índice inicial por três anos seguidos, acreditamos que isso acontecerá em 2026”, revelou.

Classe média

Apesar da boa expectativa, Wellington Dias ressaltou que a preocupação do ministério não é apenas tirar as pessoas da extrema pobreza e da pobreza, mas ajudá-las a ascender à classe média. O ministro explicou que uma das estratégias de sua pasta e do Governo Lula é criar oportunidades de emprego formal para essas pessoas. Ele citou que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social já fez parcerias com cerca de 6 mil empresas para criação de vagas de emprego.

“Quando a gente pega o saldo de quase 4 milhões de novos empregos gerados desde 2023, 91% deles foi ocupado por pessoas inscritas no CadÚnico ou do Bolsa Família. Portanto, não é verdade quando dizem que beneficiários do Bolsa Família não querem trabalhar. Eles querem trabalhar, mas querem um emprego decente, não trabalham por um prato de comida”, disse o ministro.

Empreendedorismo

Wellington Dias destacou ainda que o ministério também tem oferecido oportunidade para pessoas na faixa da extrema pobreza e da pobreza empreenderem. Ele citou como exemplo de programas que oferecem crédito com juros bem abaixo do mercado, como o Pronaf B, com linhas de crédito de até R$ 35 mil para pequenos negócios rurais, e o Acredita, que oferece cursos de qualificação profissional e microcrédito voltado ao empreendedorismo.

“A nova geração, especialmente, não está mais atrás de empregos, eles querem empreender. Portanto, seja tirar da extrema-pobreza, da pobreza, da fome, pelo emprego e pelo empreendedorismo, o objetivo é dar a mão a essas pessoas para levá-las para a classe média”, observou o ministro sobre a missão do ministério.

Petistas manifestam apoio ao ministro

Após manifestar apoio ao ministro Wellington Dias, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) disse que o Governo Lula vem realizando grandes avanços com as políticas públicas na assistência social. No entanto, a deputada – assistente social de formação – ressaltou que é preciso garantir mais recursos a fim de assegurar uma assistência transversal que atenda todas as necessidades das pessoas em situação de extrema pobreza atendidas pelos Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

“É preciso que o SUAS esteja integrado ao SUS, nos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), porque nós identificamos na política de cuidados, da qual ajudei a instituir (Benedita foi relatora da proposta que deu origem à lei), uma vulnerabilidade por quem não tem um trabalho ou determinado benefício. Tem famílias no CadÚnico que às vezes tem na família uma pessoa com hanseníase ou tuberculose, que precisa de cuidados. Por isso precisamos de mais recursos no Orçamento para uma política transversal de cuidados”, disse a deputada.

Após elogiar o trabalho de Wellington Dias, a deputada Lenir de Assis (PT-PR) defendeu ainda a aprovação da PEC do SUAS (PEC 383/2017), que garante 1% da receita corrente líquida do Orçamento da União para financiar a assistência social no País.

“É importante termos um Orçamento robusto para assegurar a manutenção e expansão desses serviços que vossa excelência nos apresentou hoje. Se 90% dos que conseguiram emprego nos últimos anos vieram do Bolsa Família, é porque algum assistente social, psicólogo ou técnico do CRAS ou CREAS, uma rede intersetorial, trabalhou para o acolhimento dessas famílias”, observou.

Já o deputado Florentino Neto (PT-PI) ressaltou que todas essas conquistas obtidas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, só foram possíveis graças à sensibilidade de Wellington Dias.

“Eu reputo como inovador na sua gestão a busca por substituir o cartão do SUAS, o cartão do Bolsa Família, pela carteira de trabalho e, com esse ímpeto, transformar homens e mulheres dependentes do Bolsa Família em pessoas independentes e com capacidade para empreender”, afirmou.

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