A CPMI do Golpe servirá para desmascarar a bancada bolsonarista do Congresso sobre os ataques de 8 de janeiro, quando uma tentativa de golpe apoiada pelo governo anterior, derrotado nas urnas, provocou a invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Essa é a expectativa do PT no Senado, após a leitura do requerimento para instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, na quarta-feira (26), em sessão do Congresso.
“A CPI vai ser um momento definitivo para esclarecer, apesar de que, repito, a Polícia Federal e o Judiciário já estão muito adiante [nas investigações]. Foram presas muitas pessoas, ouvidos mais de 80 militares”, afirmou o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do Governo no Senado.
“Quem tem que pagar, seja quem for, tenho absoluta convicção de que não é ninguém do nosso governo. Quem estava operando, os lenientes, que fingiram que não estavam vendo nada, que abriram eventualmente a porta do Palácio, é a turma de lá”, completou.
Tentativa de golpe planejada
Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) considera a investigação no Parlamento “uma oportunidade de desmascarar as narrativas fantasiosas e deixar claro que o que aconteceu foi uma tentativa de golpe orquestrada, que já vinha sendo tramada há meses, há anos”.
Ele lembra que tanto o ex-presidente quanto seus filhos e apoiadores falavam em fechar o Congresso e o STF. “Esse desejo estava presente em todas as declarações. Toda semana a gente vivia uma crise institucional provocada pelo ex-presidente. Depois que perdeu as eleições, tentou colocar em marcha esse golpe frustrado, e a CPI vai colocar luz sobre as questões políticas”, afirmou.
Na mesma linha, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou o governo não tem nenhum receio da investigação, que no Congresso terá caráter político. “Na minha opinião, e pelos fatos apurados até agora, ela vai chegar em mais bolsonaristas, em financiadores, em inspiradores, em defensores dos atos, inclusive parlamentares”, destacou.
Ele disse concordar com quem diz que a criação da CPMI foi um “tiro no pé” da oposição. “Se a base do governo souber trabalhar objetivamente, tenho certeza de que trará fatos novos, especialmente do ponto de vista político, e isso não é bom para a oposição. Daí porque muita gente tem dito que essa comissão foi um tiro no pé da própria oposição, e eu concordo com essa visão”, disse.
Do PT no Senado