Evento reuniu cerca de 70 participantes para promover debates em um momento que exige muita organização e resistência principalmente pelas mulheres do partido
A Secretaria Municipal de Mulheres do PT de São Paulo realizou no último fim de semana o “Seminário de Formação Política para Mulheres: Tula Pilar”. A atividade ocorreu nos dias 3, 4 e 5 de maio, no clube de campo do Sindicato dos Químicos em Arujá, interior de São Paulo e reuniu cerca de 70 participantes que debateram os desafios das mulheres na política para o próximo período.
A Secretária Municipal de Combate ao Racismo de São Paulo, Marilandia Frazão, falou sobre o genocídio da população negra que tende a aumentar com Bolsonaro, Dória (governador de SP) e Bruno Covas (prefeitura) no poder. Frazão destacou a necessidade do partido apresentar um projeto novo, além das conquistas já realizadas pelas gestões petistas e ressaltou que, embora as mulheres sejam maioria na sociedade, é necessário a efetivação do projeto de inclusão no poder.
“Não queremos só cargos na secretaria de Mulheres e de Combate ao Racismo, queremos estar nos cargos de poder, assunto de mulher não se discute somente em secretarias específicas, se discute na sociedade, no dia a dia. Como vamos ascender, se não temos lugar para deixar nossos filhos?”, ressalta Ivone Silva, presidenta do sindicato dos Bancários de São Paulo.
De acordo com Ivone, a reforma trabalhista foi um grande golpe para as mulheres, porque elas são as primeiras atingidas com a precarização do mercado de trabalho. Sobre a reforma da Previdência, ela destacou a necessidade de dialogar com a população da periferia sobre o ataque aos direitos dos trabalhadores que ela representa. “Porque a Record e a Globo diz que precisa acabar com a previdência, se não o estado vai acabar”, aponta ela.
No segundo dia de seminário, a vereadora Juliana Cardoso falou sobre a atuação das mulheres no parlamento e a importância do projeto nacional #ElasPorElas do PT que oferece apoio e incentivo para as mulheres saírem como candidatas.
“Nossas deputadas federais estão dando um show no parlamento. Se a mulher é um pouco mais firme, é chamada de histérica, mal amada, louca. Quando na verdade, se o espaço é ocupado por nós mulheres, a gente consegue revolucionar e fazer a diferença”, destaca Juliana Cardoso.
O seminário contou também com o apoio e participação da Secretária Estadual de Mulheres do PT São Paulo, Débora Pereira, que ressaltou: “Não sei se teve algum momento da história do PT que foi fácil ser petista, mas estamos em um momento delicado em que o nosso principal líder petista está preso, a nossa presidenta mulher sofreu um golpe e vivemos tantos retrocessos. Diante dessa conjuntura fica a pergunta sobre quais os principais desafios dos dirigentes do partido”, questionou.
Para a Secretária de Mulheres do PT de São Paulo, Bete Silvério, o Seminário conseguiu atingir seus objetivos de ouvir e dar um norte para as mulheres em um momento que exige muita organização e resistência.
Por Diane Costa, do PT São Paulo