Sem emprego e sem condições de pagar aluguel, o número de pessoas em situação de rua na capital paulista é alarmante. Pelo menos 32 mil pessoas estão vivendo nas ruas, sendo que 70% da população é negra. De acordo com o Censo da População em Situação de Rua da Prefeitura de São Paulo, em 2019, o percentual era de 20%, e em 2021, subiu para 28,6%.
O crescimento no número de famílias inteiras que recorrem a barracas para improvisar moradia retrata um cenário dramático diante da pandemia da Covid-19, que no Brasil afeta economicamente a vida de milhares de brasileiros e brasileiros.
Entre 2019 e 2021, o Censo aponta que o número de barracas cresceu 230% nas ruas de São Paulo. Em 2019, havia 2.051 pontos abordados com barracas improvisadas, e em 2021, foram computados 6.778 pontos.
Além da falta de moradia e emprego, o país possui 19 milhões de pessoas com fome e em situação de vulnerabilidade alimentar. Neste sábado, durante a posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP), Lula ressaltou importância de o país buscar soluções para inserir a população de volta ao mercado de trabalho, de forma adequada, pois nem os jovens encontram oportunidades num mercado de trabalho precarizado e com baixos salários.
Governo que mata
O secretário Nacional de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores (PT), Martvs Chagas, destaca que a população negra é que mais sofre com as violações de direitos humanos no governo de Bolsonaro, que não somente deixa a população negra morrer, mas sim a faz morrer, e que é preciso tomar medidas emergenciais ao direito à vida.
Martvs enfatiza ainda que a situação do país “é o retrato mais bem acabado de um governo que tem a necropolítica como sua principal bandeira de luta”
Ataques aos direitos
Lucinha Barbosa, secretária Nacional de Movimentos Populares do PT, reforça que os constantes ataques do desgoverno de Bolsonaro aos direitos da população empurram os brasileiros e brasileiros para o enfrentamento ao desemprego e a alta dos preços.
“E a pandemia acentuou esses problemas, levando para as ruas pessoas que sofreram com a perda de renda. Em São Paulo, a situação tem se agravado, e o número não para de crescer. É urgente que essas pessoas tenham acesso aos auxílios de renda e de moradia, e recebam apoio da Administração Municipal na busca de um novo emprego. Sem ações e políticas públicas específicas direcionadas para esse público, a situação vai piorar. É inadmissível que continuem empurrando os trabalhadores para a miséria, a fome e o desemprego”.
Crescimento de 31%
De acordo com o levantamento, a maioria das pessoas que estão nas ruas são pretas ou pardas, com 70,8%, e homens com idade de 41,7 anos.
Outro dado revelado pela pesquisa é que os moradores em situação de rua são pessoas vindas de outros estados do país (40,94%). Pessoas migrantes de outros municípios do próprio Estado de São Paulo são 39,2%, oriundos de Bahia (8,47), Minas Gerais (5,44) e Pernambuco (5,28%) são a maioria dos moradores de outros estados.
Para o deputado federal, Alexandre Padilha (PT/SP), a explosão de pessoas morando nas ruas também retrata a falta de sensibilidade do governo federal e estadual.
“Estamos falando de explosão de pessoas em situação de rua na maior e mais rica cidade do país. Se Bolsonaro, Doria e Ricardo Nunes tivessem o mínimo de sensibilidade, teriam lançado urgentemente um plano em conjunto para cuidar desse povo”.
O drama das famílias brasileiras é resultado da má gestão econômica e política do atual governo, segundo a avaliação do secretário Nacional Geral do PT e deputado federal, Paulo Teixeira (PT/SP), que relembra os programas sociais do governo do PT como Bolsa Família, que foi retirado do povo brasileiro por Bolsonaro, e o retorno do país ao mapa da fome.
“Essa dramática realidade de famílias morando nas ruas deve-se à cruel política econômica que deixou 60 milhões de brasileiros na informalidade, a maior taxa de desemprego, a destruição do bolsa família e o Brasil de volta ao mapa da fome. Deve-se, igualmente, à fraca política para as pessoas em situação de rua por parte da prefeitura de São Paulo”, frisa Paulo Teixeira.
Crise econômica causada pela pandemia empurra famílias para as ruas na maioria dos bairros
Da Redação da Agência PT, com informações do Estadão e Notícia Preta