PT mantém a pressão no Congresso por auxílio de R$ 600 até o final de 2020

Quem não luta, esmorece. Por isso, o Partido dos Trabalhadores tem mantido a pressão dentro do Congresso Nacional para manter o pagamento do benefício de R$ 600 aos trabalhadores informais e famílias inscritas no Cadastro Único do governo pelo menos até o final do ano. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), diz que é inadmissível que o governo de Jair Bolsonaro faça a opção pelos ricos, no momento de maior vulnerabilidade da população pobre brasileira, afetada diretamente pela pandemia do Covid-19.

“Bolsonaro anuncia auxílio emergencial por três meses com valor menor. Enquanto isso, temos 70,9 milhões de pessoas fora da força de trabalho, 34,6 milhões de brasileiros na informalidade e 28,7 milhões de trabalhadores no subemprego”, critica. “Definitivamente, esse governo não pensa no povo, mas nós vamos brigar para garantir o pagamento do auxílio emergencial pelo menos até o final de 2020”.

A bancada petista no Congresso Nacional está preocupada com o agravamento da crise social, diante da má condução da economia pelo ministro Paulo Guedes, que tem dado mostras de que não está preocupado com a situação da maioria da população. “O PL 2357, do PT, mantém o valor de R$ 600 até dezembro”, destacou o líder Enio Verri, deputado pelo PT do Paraná. “Desumana é um adjetivo ainda muito suave para qualificar a política de ódio de Bolsonaro e Guedes contra a classe trabalhadora”.

O líder do PT no SenadoRogério Carvalho (SE), avalia que o país precisa retomar a discussão de um programa de renda mínima, diante do quadro de agravamento social. Ele lembrou que o partido foi a primeira legenda a defender a renda mínima como direito dos brasileiros, ainda nos anos 80. “A fome e a miséria são decisões políticas”, adverte o parlamentar. “Foi por isso que, nos governos Lula e Dilma, milhões de brasileiros conquistaram o emprego e saíram da extrema miséria”.

Perda de renda

Pesquisa veiculada nesta sexta-feira, 26 de junho, pelo jornal Valor Econômico, revela a pandemia de Covid-19 afetou negativamente a renda de 71% dos brasileiros. O dado foi levantado pelo Instituto Travessia. O levantamento constatou que, nos últimos quatro meses, os rendimentos “diminuíram pouco” para 35% da população. Um grupo formado por 25% dos entrevistados, contudo, disse que eles “diminuíram muito” nesse período. Por fim, outros 9% relataram ter ficado sem renda como resultado da crise sanitária, cujo marco, no Brasil, deu-se com a confirmação do primeiro caso, em 26 de fevereiro, em São Paulo.

É uma situação dramática e que tende a piorar no segundo semestre. O FMI projeta uma queda de 9,1% do PIB e há quem considera a estimativa ainda modesta. O fato é que a crise sanitária agravou os efeitos da crise econômica que vêm desde o impeachment de Dilma Rousseff. Nesta sexta, o IBHE divulgou que o número de desempregados no país subiu para 11,2 milhões na primeira semana de junho. O contingente de ocupados se manteve em 83,7 milhões, dos quais 13,5 milhões foram afastados do trabalho devido ao distanciamento social.

Da Redação da Agência PT, com informações do Valor Econômico

Foto de destaque: Bruno Caramori

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