PT, 44 anos de democracia: da luta contra a ditadura à vitória sobre o fascismo
Ricardo Stuckert/PR
“Quando alguém colocar dúvida sobre a democracia no Brasil, não tenham receio de utilizar a minha história e a história do meu partido como garantia de sua existência. Somente o exercício da democracia permite que um país do tamanho do Brasil tenha uma alternância de poder que leve um metalúrgico à Presidência da República.”
O discurso de Lula no ato Democracia Inabalada, que celebrou o aniversário de um ano da vitória sobre os golpistas de 8 de janeiro, nos ajuda a lembrar um dos principais compromissos do Partido dos Trabalhadores desde sua fundação: a defesa incondicional da democracia.
Nascido em 10 de fevereiro de 1980, em plena ditadura, o PT é resultado direto do desejo de operários por democracia real. Lula teve a ideia de criar o partido em fevereiro de 1978, quando, então líder sindical, viajou a Brasília para entregar reivindicações aos deputados e senadores. Na capital, fez uma estarrecedora constatação: dos 430 parlamentares que formavam o Congresso Nacional, apenas dois – Aurélio Peres e Benedito Marcílio – eram operários.
Ver o Legislativo dominado por uma elite simpática à ditadura militar fez Lula vislumbrar a criação de um partido dos trabalhadores e das trabalhadoras. E a ideia se tornou realidade dois anos depois, em cerimônia no auditório do Colégio Sion, no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
Em 1982, o PT conseguiu seu registro oficial no TSE e elegeu seu primeiro prefeito, Gilson Menezes, em Diadema (SP). Nos dois anos seguintes, o partido juntou-se ao movimento Diretas Já e, em 1986, elegeu 16 deputados federais, incluindo Lula. Operários, pela primeira vez na história, ajudariam a escrever a Constituição brasileira, promulgada em 1988.
Com Lula, o PT chegou em segundo lugar nas eleições de 1989, 1994 e 1998. Depois, o país sentiria o gosto da real democracia, ao ver um ex-metalúrgico, em 2003, e uma mulher, em 2011, se tornarem presidentes da República.