O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, obteve uma vitória judicial na condenação de Adilson Sousa Santiago, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE-SP) e membro da direção do PT paulistano. Santiago foi sentenciado a quatro meses de detenção por difamação, após comparar Derrite a Adolf Hitler em uma postagem nas redes sociais. Ainda cabe recurso da decisão.

Em julho de 2024, Santiago publicou uma montagem de uma foto de Derrite com o característico bigode do ditador alemão, destacando uma polêmica declaração feita por Derrite em 2015. Na época, como capitão da ROTA, Derrite afirmou positivamente sobre policiais que tivessem “no mínimo três mortes em seu currículo”. Hoje, como secretário de Segurança Pública, ele defende abordagens policiais distintas.

A ação judicial movida por Derrite contra Santiago levanta debates sobre a liberdade de expressão. Em 16 de janeiro, a 1ª Vara Criminal da Capital acatou a queixa-crime do secretário, condenando Santiago por difamação, decisão que foi criticada por membros do PT. O deputado federal Jilmar Tatto, também secretário nacional de comunicação do PT, destacou que “a liberdade de expressão defendida por Guilherme Derrite limita-se à garantia do que ele e seus próceres dizem e fazem”. Segundo Tatto, a ação revela uma intolerância à crítica.

A direção do PT paulistano manifestou solidariedade a Santiago em uma nota, referindo-se à condenação como “perseguição política” e sublinhando que a atuação da PM sob Derrite resultou em 66% das mortes policiais sendo de jovens negros, conforme a Rede de Observatório de Segurança.

As críticas sobre as políticas de segurança pública e suas consequências continuam a gerar tensão entre defensores dos direitos humanos e as autoridades. Apesar das ações judiciais, em setembro de 2021, Derrite escreveu que “a democracia não existirá e a livre participação política não florescerá onde a liberdade de expressão for ceifada”, apontando a importância do pluralismo de ideias para a saúde democrática.

Da Redação  da Agência PT