Para Bolsonaro e seus cúmplices diretos e indiretos, que ainda sustentam este governo genocida e antipatriota.
A situação desesperadora a que chegou Manaus é o exemplo acabado, a que extremo se pode chegar quando, um governo delibera, por omissão, atentar contra a vida de um povo.
Manaus foi, literalmente, abandonada por Bolsonaro.Sem leitos disponíveis nos hospitais.Sem medicamentos.Sem insumos. E, agora, sem cilindros de oxigênio, para atender os pacientes mais críticos, que estão morrendo asfixiados.
O descaso é tão explícito, que em relato à Rádio BandNews FM, um homem informou que sua família (esposa, três filhos, nora e genro) está, quase toda, infectada pelo novo coronavirus e, sem vagas nos hospitais de Manaus, encontram-se adoecidos e sendo tratados em casa.
O caso mais grave, conforme o relato, é de seu genro com 75% do pulmão já comprometido em função da Covid-19, e, por isso, obrigado a arcar com os custos para adquirir cilindros de oxigênio(de R$ 250,00 a R$ 400,00) e realização de exames de sangue aos familiares ( R$ 1045,00) não deixou-lhe outra alternativa, senão vender seu veículo.
Ou seja, o governo não atua para, mediante planejamento prévio, dispor de políticas de enfrentamento à pandemia e o ônus recai sobre o cidadão, que se vê impelido a fazer algo para sobreviver e auxiliar seus entes queridos ou terá que ver sua família compor a estatística das vítimas da Covid-19.
Diante de tanta barbárie, de tanta violência e tanto descaso contra nosso povo, não há como não indignar-se com um governo, que desde sempre optou dar às costas, ao brasileiro(a).
No caso de Manaus, o desprezo de Bolsonaro aos brasileiro(a)s é ainda mais patente. E tanto é assim, que Manaus só chegou ao colapso em que chegou, porque dias antes, o governo federal ao aumentar o imposto sobre a importação de cilindros, acaba por, financeiramente, dificultar a compra destes itens indispensáveis.
Desta forma, fica patente que Bolsonaro atenta contra a vida das pessoas; e, com seu dedo neoliberal podre, tudo que toca e onde intervém – ainda que cruzando os braços omissamente – transforma-se em cadáver devido seu projeto radical de destruição e aniquilamento.
Aliás, se assim não fosse, e diante da urgência, como compreender a demora e, quiçá indisposição de Bolsonaro?, em aceitar o gesto do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que, ontem, sexta-feira, por meio de seu Ministro das Relações
Exteriores, Jorge Arreaza, comunicou que, em solidariedade, a Venezuela irá disponibilizar cilindros de oxigênio, para atenuar a crise hospitar em Manaus.
Em meio a tanta patifaria e crime cometido a céu aberto pelo bolsonarismo, deve-se mesmo frisar a relevância do gesto solidário de Maduro, que ao diferenciar o governo hostil de Bolsonaro, do povo a ele subjugado, demonstra compreender o significado das relações internacionais e com seu gesto fraterno sinaliza, não só querer bem o povo brasileiro, mas também sinaliza a esperança de que os povos, da Venezuela e do Brasil, voltarão a se reaproximar.
Neste episódio do colapso do sistema de saúde de Manaus, também deve-se ressaltar o protagonismo do PT e dos demais partidos de oposição ( Pcdob, Psb, Psol e Cidadania), que em ação junto ao Supremo Tribunal Federal, referente a situação dramática instalada em Manaus, foram atendidos pelo Ministro Ricardo Lewandowski, que em seu despacho determinou o prazo de 48 horas para que o governo federal, apresente uma solução para o caos sanitário instalado naquela cidade.
No entanto, é importante observar-se ainda que, a despeito da peleja jurídica, talvez, para os antipatriotas no governo, Manaus seja apenas um laboratório inicial de uma experiência ainda maior, de destruição e aniquilamento, que a extrema-direita pretende promover, no Brasil, em escala nacional.
Não basta o retorno da miséria e da fome. Não é suficiente o fechamento de fábricas e o aumento crescente do desemprego. Ainda é pouco 207 mil mortos de Covid-19 no país. O colapso do sistema de saúde de Manaus é café pequeno. Isto porque, para Bolsonaro, todo caos ainda é pouco…
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro. Integrante do Democracia e Luta. Coordenador do Comitê Popular Antifascista Ponte Rasa Pela Democracia e Lula Livre.
Reprodução Twitter Petra Costa