Por Charles Gentil: O começo do fim

Finalmente, Bolsonaro teve um lapso de lucidez e admitiu, na terça-feira(05/01), em Brasília, que “(…) O Brasil está quebrado chefe e eu não consigo fazer nada”(sic).
Sem dúvida disse uma verdade, mas não disse que ascendeu a condição de Chefe de Estado, mediante uma fábrica de mentiras(fakenews) e como continuidade de uma trama urdida pelas classes dominantes,que, antes, em 2016, patrocinaram um golpe de Estado, sob a tutela dos Estados Unidos, depondo o Governo, então, sob o comando de Dilma Rousseff.
Porém, a admissão de Bolsonaro quanto a sua incapacidade de governança é uma verdade, mas não há mérito algum por parte dele, em reconhecer este fato, até porque, para nós, críticos e adversários de seu governo que somos, trata-se de uma obviedade tão ululante que, na verdade, estranha-se mesmo, que somente agora, o Capitão, tenha acordado de seu devaneio verde-oliva crônico e apenas tardiamente chegue à conclusão de que: está inabilitado para ser o timoreiro do Brasil.
Bolsonaro admite que o país está quebrado.E isto tambem é uma verdade; na verdade, uma meia-verdade.Isto porque, a verdade inteira, completinha, sem tirar nem pôr, é que ele, Bolsonaro, e todos seus cúmplices, gangsters anti-patriotas, milicianos lambe-botas estadunidenses são responsáveis e co-responsáveis diretos e indiretos, pelo Brasil ter quebrado; inclusive, setores da imprensa que, hoje, ele ataca, mas que, em dado momento, por conveniência, flertaram e namoraram, perigosamente, com a orgia golpista excitando-se nas entranhas do extremismo de direita.
No entanto, logo em seguida, após este princípio farsesco de retórica de mea culpa de Bolsonaro, cai sua máscara de bom moço consciente e arrependido; é quando evidencia-se em seu discurso um recuo tático para então, projetar-se ao ataque e alvejar a imprensa dele já divorciada, atribuindo-lhe, enquanto meios de comunicação, a responsabilidade de potencializar a importância do novo coronavírus e o impacto da questão sanitária na economia.
Ou seja, é o velho Bolsonaro de sempre: que nega a ciência, que não admite ser criticado; trata-se do genocida eleito com dinheiro fraudulento; inimigo público número 1, que, com método calculado, elabora frases para fazê-las polêmicas, ao reverberar nas redes sociais com outras interpretações, oferecidas por capachos de sua tropa de choque como, por exemplo, Paulo Guedes, que se propõe a explicar o inexplicável; algo dito pelo Presidente e que teria sido supostamente mal interpretado.
Mas, não se trata de exegese; não se trata, aqui, da arte de interpretar; para isto, Bolsonaro precisaria ser profundo, ser sofisticado, refinado, ser mesmo sutil em seus pensamentos; mas, não; Bolsonaro,”é um ogro” como já disse Lula; e eu concordo e digo, Bolsonaro é, de fato, um selvagem, um bárbaro conservador escravocrata de alma pequena e covarde; ou como Bolsonaro mesmo vê refletida sua auto-imagem, um incapaz “eu não consigo fazer nada”.
Na verdade, há, aqui, ainda um reparo a ser feito nesta frase: não consegue fazer nada de bom e decente para o Brasil.
Porque de mau já fez o suficiente. Enquanto antipatriota declarado deu continuidade a saga da entrega da soberania nacional ao renunciar a exploração das jazidas de petróleo do pré-sal; sacrificou, de forma vil, o destino das pessoas com a Reforma Previdenciária; não gerou emprego, nem renda no país, ao contrário, aumentou o contingente de desempregados e desemparados e de quebra é ainda o responsável junto com seu projeto neoliberal, pelo retorno da fome e da miséria em nossa pátria e mais: menos por descaso e mais por projeto político intencional de extermínio já conseguiu contabilizar a marca de 200 mil mortes pelo novo coronavírus.
Há um ditado chinês que diz que há a minha verdade, a sua verdade e a verdade dos fatos. Aqui, miramos estarrecidos, a verdade dos fatos. Diante de fatos, não há interpretação.O fato nu e cru é que: a incapacidade bolsonarista quebrou o Brasil e ainda vai continuar arrebentando o país.
Sendo assim, é fato, que nem Bolsonaro, nem o selvagem bolsonarismo neoliberal podem ( e nunca puderam) fazer nada pelo Brasil que quebraram.
Então, é preciso e é certo dizer que nós, no entanto, que nós não só podemos, mas devemos(como já fizemos antes)consertar o país, pois, é cada vez mais compreensível à sociedade, que o fim (do bolsonarismo) já começou.
E é tarefa urgente, capital.O momento histórico, cada vez mais, se aproxima daquela convocação inadiável.
Aproxima-se o momento em que, para reconstruir um novo Brasil, Bolsonaro e o bolsonarismo deverão ser removidos do poder.

Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro. Integrante do Democracia e Luta. Coordenador do Comitê Popular Antifascista Ponte Rasa Pela Democracia e Lula Livre

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