Por Charles Gentil: Meia-volta,volver!

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O vice-presidente General Hamilton Mourão, que tem também a patente de vice-genocida, demonstra de forma cabal, que o lugar do Exército não é, definitivamente, o Palácio do Planalto, e, sim, que os militares poderiam ser bem mais úteis á pátria, se não se desviassem de suas reais atribuições e se mantivessem, de forma estrita, atentos aos cuidados que requer, os limites de nossas fronteiras.

Mas, certo é que, os militares ao decidirem por ambição ilimitada sairem do estreito limite da caserna para, pela segunda vez, trocar os quartéis pelo Palácio, nos obrigam a vivenciar em um novo governo verde-oliva, o trágico repeteco de que militares não são – repiso: não são! – vocacionados para a arte de governar.

Em entrevista dada nesta quinta-feira (25.03), no Palácio do Planalto, o vice-presidente e vice-genocida, assim se pronunciou aos jornalistas:

“Vamos enfrentar o que está aí, tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e obviamente o número de óbitos, que já ultrapassou o limite do bom senso”

Em primeiro lugar, em sua declaração o vice-genocida Hamilton Mourão, diz referindo-se ao novo coronavírus “vamos enfrentar(…)”. E eu pergunto: já não deveria estar enfrentando?
Isto porque, dizer que está combatendo um inimigo é diferente de dizer que se vai combatê-lo.No primeiro caso, a ação de combate está em curso, ela já acontece; no segundo caso, ” vamos enfrentar”, a ação é lançada para o futuro e, portanto, é uma mera declaração de intenção.

Assim, ao dizer “vamos combater”, o vice-genocida, Hamilton Mourão, aos 44 minutos do segundo tempo, de forma cínica assume publicamente, que o governo de Bolsonaro, não agiu no combate ao novo coronavírus, e declara este crime de responsabilidade: no limite, isto é, na véspera, do Brasil contabilizar 300 mil óbitos pela Covid-19.

Em segundo lugar, diz ” tentar de(…) e obviamente o número de óbitos”. Aqui, o óbvio para o vice-genocida, não é o óbvio para este socialista que escreve.

Para Hamilton Mourão, o óbvio se resume no fato de que a diminuição de contaminados implica, logicamente, na redução de óbitos.

Para este socialista que escreve, diante desta crise sanitária sem precedentes na história de nosso país, o óbvio esperado de um governante seria que este renunciasse urgentemente ao verbo tentar e adotasse ações efetivas para conter a marcha do novo coronavírus.

Aliás, segundo a Organização Mundial de Saúde, o número de óbitos pela Covid-19 no mundo, no período de 16.03 a 22.03, atingiu, nesta semana, a marca de 60.503 vítimas, de modo que, neste mesmo período, tendo o Brasil, 15.650 óbitos pela Covid-19, o que corresponde a 25% dos óbitos por Covid no mundo em apenas uma semana, é óbvio, então, que uma situação como esta só se configura, em função de patente inoperância e descaso com a população.

Sendo assim, diante destes números estarrecedores, a este socialista terrivelmente petista, também é óbvio que um governante que esteja a serviço de seu povo e a altura de sua pátria, não deve apenas ambicionar diminuir o número de óbitos, mas deve mobilizar todo seu engenho e destreza política para extirpar o mal que nos aniquila.

Um general que quer apenas diminuir a quantidade de mortos pela Covid-19, declara nas entrelinhas, que não quer ganhar a guerra contra o inimigo que nos ataca e, com isso, mais uma vez, demonstra que estamos sob mal comando, o que quer dizer, que estamos á deriva, sem governo e sem líderes capazes e intencionados, a liquidar a carnificina que nos destrói.

Portanto, a lógica para este socialista também é outra, e daí porque concluo, então, que: o vice-genocida, na verdade, também declarou guerra aos brasileiros e, segundo sua declaração, almejando apenas tentar, na verdade, aí também começou a atentar contra nossas vidas; e isto para mim, é óbvio.

Por fim, o General Hamilton Mourão, vice-presidente e vice-genocida, declara que a quantidade de óbitos, na ocasião próximo dos 300 mil “já ultrapassou o limite do bom senso”. E pergunto: quando no Brasil 141 mil cidadãos foram vitimados pela Covid-19 era razoável e havia, então, bom senso nestes números?

Talvez, o General Hamilton Mourão, não se recorde, mas faço questão de lembrar que 140 mil mortos é o número estimado de vítimas pela explosão da bomba atômica em Hiroshima. Logo, próximo a 300 mil mortes, o General declarou que os óbitos ultrapassaram o limite do bom senso, mas quando, no Brasil, atingiu-se, antes, 141 mil mortes pela Covid-19, equivalente a mais vítimas do que na cidade japonesa de Hiroshima em função da explosão da bomba atômica, então, para o General, os números ainda não haviam ultrapassado o limite do bom senso?

Quando, no Brasil, os óbitos por Covid-19, atingiu a marca de 59.000 vítimas havia ainda bom senso nestes números?

Talvez, o General Hamilton Mourão, vice-presidente e vice-genocida, tenha se esquecido, mas é meu dever, eu que sou terrivelmente petista, e, assim, faço questão de lembrar, que na Guerra do Vietnã, no período de 1968-1973, a quantidade de mortes de soldados americanos finalizou em 58.351.

Pergunto: Quando o Brasil havia perdido para a Covid-19, 59.000 vidas e, portanto, mais do que a quantidade de soldados americanos mortos, em 5 anos, na Guerra do Vietnã, então, segundo a sensibilidade e o raciocínio de Hamilton Mourão, entendeu ele, naquele momento, que tais números, não haviam ainda ultrapassado o limite do bom senso?

Desta forma, torna-se óbvio que a lógica dos militares é incompatível com a lógica civil, pois, sendo os militares especialistas em matar, não compreendem a urgência que o cuidado com a vida requer.

Daí porque, nada – a não ser destruição e morte – se pode esperar de Hamilton Mourão, vice-presidente e vice-genocida, que ultrapassou o limite do bom senso, quando junto com Bolsonaro e os demais verde-olivas, decidiram todos,juntos, cumpliciados, sair dos limites da caserna e tomar de assalto o Palácio do Planalto.

O resultado de ultrapassarem o limite do bom senso está aí: mais de 300 mil mortos pela Covid-19, mais de 14 milhões de desempregados; ao invés da 6a economia do planeta somos, agora, a 12a economia do mundo; é visível o retorno da fome e da miséria no Brasil.

Então, que fique claro: Hamilton Mourão, vice-presidente e vice-genocida, Bolsonaro e Cia verde-oliva para o bem do Brasil devem obedecer o comando popular de: meia-volta, volver !!! para a caserna: imediatamente !!!, porque já em 2018, ao ambicionarem mais uma vez, o Palácio do Planalto, haviam os militares ultrapassado o limite de toda falta de bom senso.

Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro
Integrante do Democracia e Luta
Coordenador do Comitê Popular Antifascista Ponte Rasa Pela Democracia e Lula Livre

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