O Brasil se mostrou ineficaz no controle da Covid-19 tanto na frente sanitária, situando-se entre os poucos países com mais de mil mortes por milhão de habitantes, quanto na econômica, que mergulhou em uma crise histórica. A conclusão é do estudo ‘Política Fiscal e Resposta Emergencial do Brasil à Pandemia’ (veja aqui a íntegra do documento), publicado na última edição do Boletim de Políticas Sociais (BPS) do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).
Segundo o relatório do pesquisador Rodrigo Orair, nem mesmo o pacote fiscal aplicado pela equipe econômica do desgoverno Bolsonaro evitou o fracasso sanitário e socioeconômico da “tripla crise” brasileira. As medidas chegaram a 14% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo maior valor entre os países emergentes.
O Brasil aparece com o décimo maior pacote fiscal, mas com a décima sétima maior perda de PIB e a sétima maior incidência de mortes em relação a outros trinta países pesquisados. Juntas, essas nações representam cerca de 70% da população e mais de 80% do PIB mundial.
O pesquisador destaca que os casos de maior sucesso de mitigação do número de mortes estão concentrados nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental. Nas demais regiões, foram mais evidentes dois tipos de correlações: quanto maior a incidência de mortes por Covid-19, maior a perda relativa do produto; quanto maior a incidência de mortes, maior o tamanho dos pacotes fiscais.