Morreu às 09h40 deste sábado, 08, Dom Pedro Casaldáliga Plá, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) e Missionário Claretiano. Dom Pedro estava internado na UTI da Santa Casa de Batatais, interior de São Paulo. A Prelazia de São Félix do Araguaia, a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria e a Ordem de Santo Agostinho confirmaram a morte do religioso por embolia pulmonar.
O velório ocorrerá a partir das 15h deste sábado na capela do Clareitiano, na cidade de Batatais – SP. Em Mato Grosso, o corpo deverá chegar no dia 10 de agosto e será velado Santuário dos Mártires, na cidade de Ribeirão Cascalheira. Depois, o corpo de Dom Pedro, será encaminhado para a cidade de São Félix do Aráguaia onde será velado no Centro Comunitário Tia Irene e depois sepultado.
Histórico
O religioso foi transferido para a unidade hospitalar de Batatais, a 354 km da capital, na noite da última terça-feira (4), após apresentar problemas respiratórios e permanecer uma semana internado no Hospital de São Félix do Araguaia (MT). Aos 92 anos de idade, Casaldáliga sofria do Mal de Parkinson. Ainda jovem, o bispo foi acometido por uma forte pneumonia que deixou uma sequela permanente no órgão do sistema respiratório, o que torna o quadro ainda mais delicado neste momento.
Repercussão
Ao longo do dia, diversas lideranças e personalidades lamentaram a morte de Dom Pedro Casaldáliga nas redes sociais. Confira:
Trajetória
Nascido em uma aldeia há quilômetros de Barcelona, na Espanha, em 1928, Dom Pedro Casaldáliga Plá é de família camponesa. Desembarcou no Brasil em 1968, em plena ditadura militar, e foi consagrado bispo em 1971, quando lançou a Carta Pastoral por Uma Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social. O texto ficou conhecido nacional e internacionalmente e marcou o perfil do missionário como porta-voz de índios e agricultores.
O bispo também foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que até hoje atua na defesa de indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores do campo.
Além de sua atuação junto aos pobres e em defesa da democracia, Casaldáliga também se destaca por suas poesias que abordam a urgência da reforma agrária e da luta contra o agronegócio. Confira:
“Por onde passei, plantei a cerca farpada, plantei a queimada.
Por onde passei, plantei a morte matada. Por onde passei, matei a tribo calada,
A roça suada, a terra esperada… Por onde passei, tendo tudo em lei, eu plantei o nada.”
Confissão do latinfúndio
Edição: Marina Selerges
Brasil de Fato
Foto: Bárbara Lopes