O Ministério Público do Distrito Federal acionou a Justiça para que o acampamento do grupo “Os 300 do Brasil”, composto de militantes governistas instalados em Brasília, seja alvo de busca e apreensão, segundo informação do site Consultor Jurídico (Conjur), neste domingo, 14. Na denúncia, de acordo com o Conjur, o MP classifica o grupo como uma milícia e cita a declaração da líder do bando, Sara Winter, segundo a qual existem integrantes com armas de fogo no local.
Na peça, o MP-DF alerta declarações públicas sobre porte de armas dentro do acampamento feitas por sites associados e por lideranças do grupo. São citados sites como “Você não é mais um militante, você é um militar…”, “Traga o que você levaria para uma guerra na selva. Te esperamos para a guerra!”, “Vista roupa adequada para um treinamento físico de combate!”, entre outros. Isso evidencia, segundo o MP, a existência de uma organização paramilitar.
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), cobrou reação das instituições ao atentado promovido pelos seguidores do presidente. “O Congresso e o STF precisam reagir contra esses fascistas”. “Sara Winter e sua tropa de malucos precisam ser parados. Chega de abusos e de incitações antidemocráticas”, alertou o líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Para o senador Rogério Carvalho (SE), líder da bancada do PT no Senado Federal, “essa ação criminosa deve ser combatida rapidamente!”.
Neste final de semana, Sara Winter e seu grupo “300 do Brasil), que não reúne mais do 30 pessoas, promoveu novas provocações em Brasília contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado, durante dia, tentaram invadir o Congresso Nacional e, na madrugada de domingo, “bombarderam” o STF com fogos de artíficos, simulando um ataque de guerra. As duas ações foram acompanhadas de gritos “Acabou, porra!, repetindo Bolsonaro, e pedidos de “intervenção militar, com Bolsonaro no poder”.
Alvo de inquérito no STF, Sara Winter, vem desafiando as autoridades supremas do país, em ações midiáticas cada vez mais ousadas. Na madrugada de 31 de maio, em Brasília, ela e seu grupo desfilaram com túnicas, tochas e cantorias defendendo o “fechamento do STF”. No mesmo final de semana, em São Paulo, o instrutor de tiros e táticas militares, Alex Silva, 46, que vive na Ucrânia, foi identificado portando bandeira do Pravy Sektor, grupo de extrema direita de origem ucraniana.
“Milícias não se subordinam à normatividade jurídica do Estado; seguem paralelas a ela ou em contraposição ao poder estatal. Não é necessário haver uniforme, distintivo, continência ou sinais de respeito à hierarquia, símbolos ou protocolos de conduta visíveis ou explícitos. Importa, e muito, o emprego paramilitar dos associados para finalidade política nociva ou estranha à tutela do Estado Democrático de Direito”, diz trecho do documento.
Ao finalizar a ação, o MP elenca uma série de pedidos como o encaminhamento de infratores das medidas de proibição de aglomeração à delegacia de polícia e a desmobilização do acampamento bolsonarista. No sábado pela manhã, o acampamento do grupo miliciano foi retirado da Esplanada dos Ministério por determinação do Governo do GDF. Em vídeo gravado pelos próprios bolsonaristas, um dos ativistas do grupo confessa o financiamento de empresários.
No sábado, o deputado Eduardo Bolsonaro prestou solidariedade ao grupo que acabava de ser desalojado pelo governo do Distrito Federal, deixando clara a sua relação com o “300 do Brasil”. No domingo, em Brasília, foi a vez do ministro ministro da Educação, Abraham Weintraub, reafirmar sua posição favorável às bandeiras anti-democráticas. Ele participou de manifestação de um reduzido grupo de ativistas bolsonaristas.
No final da tarde de domingo, o STF reagiu em nota oficial. Na nota, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que a Corte “jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça”. Para o STF, as ações são financiadas ilegalmente, reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado.
STF reagiu em nota
Leia a íntegra da nota divulgada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli:
Infelizmente, na noite de sábado, o Brasil vivenciou mais um ataque ao Supremo Tribunal Federal, que também simboliza um ataque a todas as instituições democraticamente constituídas.
Financiadas ilegalmente, essas atitudes têm sido reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado, apesar da tentativa de diálogo que o Supremo Tribunal Federal tenta estabelecer com todos – Poderes, instituições e sociedade civil, em prol do progresso da nação brasileira.
O Supremo jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta e continuará cumprindo a sua missão.
Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal repudia tais condutas e se socorrerá de todos os remédios, constitucional e legalmente postos, para sua defesa, de seus Ministros e da democracia brasileira.
Quem é Sara Winter
Alvo do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Sara Fernanda Giromini, construiu uma história que expõe o seu papel no enredo nazi-fascista em curso. “Fui treinada na Ucrânia e digo: chegou a hora de ucranizar!”, disse Winter em seu Twitter, deixando claro seus objetivos. “Ucranizar”, no caso, é promover eventos violentos, a exemplo do que ocorreu na Ucrânia, em 2013.
Falastrona, ela também não esconde a origem de sua ideologia. O “nome de guerra” é inspirado em Sarah Winter Downville Taylor, espiã de Hitler e integrante da união de fascistas britânicos. A simpatia pela Ucrânia e pelo grupo extremista Pravy Sektor é o elo com as milicias tradicionais que operam no universo bolsonarista.
Com Conjur, PT na Câmara e PT no Senado.
Foto de destaque:
O Ministério Público do Distrito Federal acionou a Justiça para que o acampamento do grupo “Os 300 do Brasil”, composto de militantes governistas instalados em Brasília, seja alvo de busca e apreensão, segundo informação do site Consultor Jurídico (Conjur), neste domingo, 14. Na denúncia, de acordo com o Conjur, o MP classifica o grupo como uma milícia e cita a declaração da líder do bando, Sara Winter, segundo a qual existem integrantes com armas de fogo no local.
Na peça, o MP-DF alerta declarações públicas sobre porte de armas dentro do acampamento feitas por sites associados e por lideranças do grupo. São citados sites como “Você não é mais um militante, você é um militar…”, “Traga o que você levaria para uma guerra na selva. Te esperamos para a guerra!”, “Vista roupa adequada para um treinamento físico de combate!”, entre outros. Isso evidencia, segundo o MP, a existência de uma organização paramilitar.
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), cobrou reação das instituições ao atentado promovido pelos seguidores do presidente. “O Congresso e o STF precisam reagir contra esses fascistas”. “Sara Winter e sua tropa de malucos precisam ser parados. Chega de abusos e de incitações antidemocráticas”, alertou o líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Para o senador Rogério Carvalho (SE), líder da bancada do PT no Senado Federal, “essa ação criminosa deve ser combatida rapidamente!”.
Neste final de semana, Sara Winter e seu grupo “300 do Brasil), que não reúne mais do 30 pessoas, promoveu novas provocações em Brasília contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado, durante dia, tentaram invadir o Congresso Nacional e, na madrugada de domingo, “bombarderam” o STF com fogos de artíficos, simulando um ataque de guerra. As duas ações foram acompanhadas de gritos “Acabou, porra!, repetindo Bolsonaro, e pedidos de “intervenção militar, com Bolsonaro no poder”.
Alvo de inquérito no STF, Sara Winter, vem desafiando as autoridades supremas do país, em ações midiáticas cada vez mais ousadas. Na madrugada de 31 de maio, em Brasília, ela e seu grupo desfilaram com túnicas, tochas e cantorias defendendo o “fechamento do STF”. No mesmo final de semana, em São Paulo, o instrutor de tiros e táticas militares, Alex Silva, 46, que vive na Ucrânia, foi identificado portando bandeira do Pravy Sektor, grupo de extrema direita de origem ucraniana.
“Milícias não se subordinam à normatividade jurídica do Estado; seguem paralelas a ela ou em contraposição ao poder estatal. Não é necessário haver uniforme, distintivo, continência ou sinais de respeito à hierarquia, símbolos ou protocolos de conduta visíveis ou explícitos. Importa, e muito, o emprego paramilitar dos associados para finalidade política nociva ou estranha à tutela do Estado Democrático de Direito”, diz trecho do documento.
Ao finalizar a ação, o MP elenca uma série de pedidos como o encaminhamento de infratores das medidas de proibição de aglomeração à delegacia de polícia e a desmobilização do acampamento bolsonarista. No sábado pela manhã, o acampamento do grupo miliciano foi retirado da Esplanada dos Ministério por determinação do Governo do GDF. Em vídeo gravado pelos próprios bolsonaristas, um dos ativistas do grupo confessa o financiamento de empresários.
No sábado, o deputado Eduardo Bolsonaro prestou solidariedade ao grupo que acabava de ser desalojado pelo governo do Distrito Federal, deixando clara a sua relação com o “300 do Brasil”. No domingo, em Brasília, foi a vez do ministro ministro da Educação, Abraham Weintraub, reafirmar sua posição favorável às bandeiras anti-democráticas. Ele participou de manifestação de um reduzido grupo de ativistas bolsonaristas.
No final da tarde de domingo, o STF reagiu em nota oficial. Na nota, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que a Corte “jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça”. Para o STF, as ações são financiadas ilegalmente, reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado.
STF reagiu em nota
Leia a íntegra da nota divulgada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli:
Infelizmente, na noite de sábado, o Brasil vivenciou mais um ataque ao Supremo Tribunal Federal, que também simboliza um ataque a todas as instituições democraticamente constituídas.
Financiadas ilegalmente, essas atitudes têm sido reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado, apesar da tentativa de diálogo que o Supremo Tribunal Federal tenta estabelecer com todos – Poderes, instituições e sociedade civil, em prol do progresso da nação brasileira.
O Supremo jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta e continuará cumprindo a sua missão.
Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal repudia tais condutas e se socorrerá de todos os remédios, constitucional e legalmente postos, para sua defesa, de seus Ministros e da democracia brasileira.
Quem é Sara Winter
Alvo do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Sara Fernanda Giromini, construiu uma história que expõe o seu papel no enredo nazi-fascista em curso. “Fui treinada na Ucrânia e digo: chegou a hora de ucranizar!”, disse Winter em seu Twitter, deixando claro seus objetivos. “Ucranizar”, no caso, é promover eventos violentos, a exemplo do que ocorreu na Ucrânia, em 2013.
Falastrona, ela também não esconde a origem de sua ideologia. O “nome de guerra” é inspirado em Sarah Winter Downville Taylor, espiã de Hitler e integrante da união de fascistas britânicos. A simpatia pela Ucrânia e pelo grupo extremista Pravy Sektor é o elo com as milicias tradicionais que operam no universo bolsonarista.
Com Conjur, PT na Câmara e PT no Senado.
Foto de destaque: Reprodução