Marcha das Mulheres Indígenas começa em Brasília e reunirá mulheres petistas

Foto: APIB

ApibCom o tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”, II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas começou em Brasília no dia 7 de setembro e vai até o dia 11. A atividade reúne mais de 4 mil mulheres, de 150 povos indígenas, vindas de todos os biomas do Brasil e também receberá o I Encontro Nacional das Mulheres Indígenas do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, que acontece nos dias 10 e 11 de setembro.

Para a secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, a Marcha das Mulheres Indígenas é um momento importante e histórico na luta dos povos originários do país. “Os povos originários são os donos da terra e as mulheres indígenas são as guerreiras da nossa ancestralidade e desempenham historicamente um papel fundamental como agentes de mudança nas famílias, comunidades e na vida de seus povos. Devemos reconhecer a luta feminista das mulheres indígenas lutar para que tenham uma vida digna com direitos dentro dos seus territórios”, destaca.

Durante a Marcha, as mulheres indígenas também se mantêm mobilizadas para acompanhar o julgamento da tese ruralista do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal, que reiniciou na tarde desta quarta-feira (8), em Brasília.

De acordo com a secretária Nacional de Movimentos Populares, Lucinha Barbosa, a marcha das mulheres indígenas também tem por objetivo manter a estratégia de sensibilizar o Supremo Tribunal Federal (STF). “As mulheres indígenas têm papel fundamental na defesa dos direitos dos povos indígenas, e é muito importante que estejam em Brasília na semana em que o Marco Temporal volta à pauta do STF. Elas estão lutando contra o extermínio da cultura e dos povos indígenas no Brasil, que tem sofrido com a paralisação das demarcações, a redução de políticas públicas destinadas aos indígenas, o aumento da violência e das expulsões dos povos originários”.

A ameaça de não demarcação das Terras Indígenas (TI), legalização de mineração em TIs, aliado ao sucateamento de políticas públicas para povos originários é uma das formas de institucionalizar a violência contra indígenas no país, governado por Bolsonaro.

“Os povos originários nunca foram prioridade. O país ainda tem uma grande população indígena, mas em vez de aprender com os nossos ancestrais, repete os mesmo erros, roubando seus territórios, destruindo e matando em troca de minérios, madeira e da degradação  do meio ambiente e as mulheres indígenas são muito impactadas por essas ações”, alerta Anne Moura.

Manifesto

“Estamos em busca da garantia de nossos territórios, pelas que nos antecederam, para as presentes e futuras gerações, defendendo o meio ambiente, este bem comum que garante nossos modos de vida enquanto humanidade. Para além de mero recurso físico, é igualmente morada dos espíritos das florestas, dos animais e das águas da vida como um todo, fonte de nossos conhecimentos ancestrais”, afirma a coordenação da II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas.

Na capital federal e nos territórios, os povos indígenas têm se mobilizado há três semanas em defesa de seus direitos originários e contra a agenda anti-indígena do governo Bolsonaro e do Congresso Nacional.  A Marcha é organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).

Fórum

Nos dias 13 e 14 de agosto, as Secretarias Nacionais de Mulheres e Agrárias do PT organizaram o I Fórum de Mulheres do Campo, das Florestas e das Águas, como parte do projeto Elas Por Elas. A iniciativa discutiu a ocupação de espaços de poder com foco em ampliar a participação de mulheres indígenas, ribeirinhas, quilombolas e camponesas.

Redação Elas por Elas

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