A maior tragédia climática já vista no Brasil, que afeta quase 1,5 milhão de pessoas e com cidades inteiras submersas, e tem provocado uma imensa comoção em todo o país, parece não sensibilizar nem um pouco parlamentares da bancada bolsonarista na Câmara Federal, já conhecidos por criar e reproduzir notícias mentirosas na internet.
Dessa vez, esses parlamentares conseguiram ir ainda mais longe em sua má fé. De acordo com a coluna do jornalista Igor Gadelha, do site Metrópoles, um grupo de 25 deputados federais bolsonaristas de vários partidos apresentaram um projeto de lei sobre a tragédia climática do Rio Grande do Sul com base em uma série de fake news divulgadas na internet. Todas elas já devidamente desmentidas por órgãos competentes.
De acordo com a coluna, o projeto de lei protocolado pelo deputado Coronel Meira (PL-PE), é baseado em informações falsas sobre uma suposta cobrança de impostos sobre doações e exigência de habilitação de quem usa barcos e jet skis para resgatar pessoas ilhadas.
As fake news já desmentidas são citadas nominalmente no citado projeto de lei, que propõe classificar como crime a criação de dificuldades em serviços de combate ao perigo, socorro ou salvamento ou na entrega de donativos e resgate à vítimas baseando-se unicamente em noticias falsas divulgadas nas redes.
Os parlamentares bolsonaristas citam ainda no projeto uma outra informação, também já desmentida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de que caminhões de donativos estariam sendo barrados na entrada do Rio Grande do Sul com relação ao peso da carga e a falta de nota fiscal.
Além do autor da proposta sem fundamento, assinam ainda o projeto parlamentares políticos bolsonaristas bastante conhecidos por divulgar fake news e promover campanhas de ódio e preconceito, como a deputada Carla Zambelli (PL-SP), Julia Zanatta (PL-SC) e Gustavo Gayer (PL-GO).
O governo federal já solicitou à Polícia Federal que abra investigação sobre todas essas notícias falsas espalhadas na internet e que estão atrapalhando as operações de resgate e a continuidade das doações no Rio Grande do Sul, para que seja feita a responsabilização judicial dos seus autores.
Da Redação da Agência PT