“O que nós queremos é construir parcerias com os chineses, para que eles possam fazer investimentos (no Brasil), como uma nova rodovia, uma nova ferrovia. Nós queremos investimentos para gerar empregos.”
Foi assim que o presidente Lula resumiu, em entrevista ao programa Voz do Brasil, o principal objetivo de sua viagem à China, para onde partiu na manhã desta terça-feira (11). “A China é hoje um parceiro essencial para o Brasil e para a América Latina, então queremos fortalecer essa relação”, explicou o presidente.
Inicialmente, Lula programou a visita à China para março, mas ele precisou adiá-la para tratar uma pneumonia. Mesmo assim, parte da agenda prevista foi realizada, com encontros entre empresários e membros do governo de ambos países, que acertaram acordos de cooperação especialmente na área da agricultura e do comércio.
Com a ida de Lula, novas parcerias estratégicas serão oficializadas. Lula também deve discutir com o líder chinês Xi Jinping os esforços para pôr fim à guerra na Ucrânia, o fortalecimento dos Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e uma nova forma de governança global.
Parceria fundamental
Brasil e China são parceiros muito importantes um para o outro. Basta lembrar que a China é a maior compradora de produtos brasileiros no mundo, e que o comércio entre os dois países, iniciado 50 anos atrás, movimenta cerca de US$ 15 bilhões por ano.
Por isso, é de interesse dos dois países manter uma relação cada vez mais estreita, o que permite ao Brasil fechar negócios como os que o presidente Lula deseja, ou seja, que aumentem a infraestrutura e gerem empregos no país. Um exemplo é o investimento que a China já faz no Porto de Santos para facilitar e baratear o envio de produtos agrícolas brasileiros.
Segundo Mônica Valente, dirigente da Executiva Nacional do PT que ajudou na preparação dessa viagem, a importância do Brasil para a China também abre espaço para que o governo Lula leve a relação comercial entre os dois países para uma nova etapa.
“Queremos deixar de ser apenas um fornecedor de commodities para a China, o que é bastante importante, mas queremos aprofundar essa parceria comercial em termos tecnológicos, do desenvolvimento produtivo e, principalmente, da nossa reindustrialização”, explicou, nesta terça-feira, em entrevista à TvPT (assista abaixo).
Nesse sentido, os chineses também já demonstraram a intenção de fechar parcerias que ajudarão no desenvolvimento da indústria, da tecnologia e dos setores de energia e meio ambiente dos dois países.
O Brasil voltou ao mundo
A visita ao país asiático é a terceira viagem internacional de Lula em pouco mais de três meses de mandato. Começou com a ida à Argentina e ao Uruguai, mostrando a importância que dará à integração sul-americana, e depois foi aos Estados Unidos, sendo recebido pelo presidente Joe Biden.
Agora, indo à China, Lula mostra que o tempo de um Brasil isolado e mal-visto globalmente, como foram os últimos quatro anos, ficou para trás.
“Eu quero fazer uma forte política externa, porque o Brasil tem que voltar a ser protagonista internacional”, ressaltou à Voz do Brasil.
Da Redação da Agência PT