Lula já disse repetidas vezes que, caso volte a governar o Brasil, buscará diálogo com todos os governadores, independentemente do partido a que pertençam, para juntos trabalharem em um projeto de desenvolvimento do país.
No entanto, o ex-presidente está convencido de que a eleição de governadores com uma visão semelhante à sua tornará o trabalho mais fácil. E é por isso que ele apoia a pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, explicou, nesta terça-feira (14), em entrevista à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia.
“Se a gente ganhar as eleições para presidente e ganhar em estados como Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, a gente pode fazer uma revolução nesse país do ponto de vista do crescimento econômico, da distribuição de renda, porque, na verdade, é disso que o Brasil está precisando”, afirmou Lula (assista à íntegra da entrevista no fim desta matéria).
Lula também elogiou o ex-prefeito de Belo Horizonte, com quem se encontra nesta quarta-feira (15) em evento em Uberlândia. “Eu já conhecia o Kalil do sucesso do Atlético Mineiro, da grande gestão que ele fez no Atlético Mineiro, e depois eu tive o prazer de conhecê-lo como prefeito. E, na conversa, eu senti um homem da mais alta competência profissional, um homem disposto a fazer as coisas corretamente, um homem cheio de vontade de trabalhar, cheio de vontade de mudar”, contou.
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Reconstrução
Lula disse que compartilha com Kalil a percepção de que o país precisa ser reconstruído, após o desastre do governo de Jair Bolsonaro. Segundo o ex-presidente, um novo governo seu terá novas realizações, mas também precisará resgatar muito do que já foi feito e acabou destruído.
“Eu posso voltar a ser presidente em 2022, 12 anos depois que eu deixei a Presidência, e pegar o Brasil pior do que eu peguei em 2003. Significa que o problema do emprego é prioridade, o problema da saúde é prioridade, o problema do salário é prioridade, a questão da inflação é prioridade, o custo de vida é prioridade porque o povo não está mais conseguindo comprar o que comer. A gente vai voltar para refazer tudo que a gente já tinha feito e tentar fazer coisas novas.”
Lula ressaltou que, depois do golpe contra Dilma Rousseff, o Brasil adotou uma política que não distribui renda. Ele lembrou que, no primeiro semestre, enquanto as empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores, se valorizaram 80%, a renda dos 5% de brasileiros mais pobres caiu 34%.
“Toda vez que você ouve falar em crescimento do PIB, crescimento da Bolsa de Valores, você precisa se perguntar se esse crescimento foi repartido com aqueles que trabalham nessas empresas. E o que a gente está percebendo é que não é. O rico continua ficando cada vez mais rico, e o pobre continua ficando cada vez mais pobre”, observou Lula.
Para mudar essa situação, Lula garantiu que pretende retomar os investimentos públicos em obras de infraestrutura, usar o BNDES para apoiar pequenos e médios empreendedores, incentivar cooperativas para gerar empregos em pequenas comunidades e aumentar os investimentos em educação, para dar mais oportunidades aos jovens.
Atual governo não tem coragem
Segundo o ex-presidente, o Brasil chegou à situação calamitosa em que 33 milhões passam fome porque o atual governo não toma nenhuma medida para recuperar a economia e só pensa em se desfazer do patrimônio público.
Lula lembrou que o atual governo vendeu a BR sob o argumento de que a concorrência aumentaria e os preços abaixariam, o que, todos podem ver hoje, era mentira. “Aí, agora, resolve privatizar a Eletrobrás. Dizendo o quê? Que vai ter mais empresa e vai baratear. Não vai baratear. A hora que privatizar a Eletrobrás, não vai ter mais Luz Para Todos”, alertou.
“Quem não sabe governar, quem não tem coragem de tomar decisão, quem não sabe lidar com problemas sociais vende aquilo que é patrimônio público. Gente, se não sabem governar governar, por favor, peçam a conta e vão embora. E permitam que alguém que saiba governar esse país pensando no povo governe esse país. Esse país não precisa passar pelo que está passando. Não precisa passar”, garantiu.
Da Redação da Agência PT