O prefeito Fernando Haddad se encontrou na manhã desta quinta-feira (30) com o cicloativista norte-americano Gary Fisher, reconhecido como um dos criadores da mountain bike e um dos principais designers de bicicletas do mundo. Juntos, eles partiram do Centro Cultural de São Paulo, na zona sul, e seguiram pela ciclovia da Rua Vergueiro até a sede da Prefeitura, no centro. No caminho, passaram ainda pela Avenida Liberdade, pela Praça da Sé e pelas Rua Benjamin Constant e Libero Badaró – todos trechos já equipados com ciclovia.
“As cidades não comportam mais o modo de vida a que estamos habituados há 50 anos. Temos que mudar alguns hábitos e oferecer alternativas seguras. E a ciclovia é uma alternativa segura”, afirmou o prefeito.
Pela primeira vez em São Paulo, o cicloativista aprovou as vias segregadas para bicicletas da cidade. “Este é um grande começo. [As ciclovias] Ainda não estão em um ponto onde as pessoas considerem como um sistema completo, mas é preciso investir. São Paulo está no caminho certo”, afirmou Fisher.
Questionado se as mountain bikes são ideais para uma cidade como São Paulo, onde não são raras as ladeiras, o ciclista afirmou que sim. “A mountain bike é boa, mas também a bicicleta elétrica”, disse. Fisher contou que sua mulher é médica em São Francisco, nos Estados Unidos, e que usa uma bicicleta elétrica para visitas domiciliares. “Nós temos carro, mas ela prefere a bicicleta elétrica, porque é mais rápida e mais eficiente”, disse.
Na prefeitura, Haddad recebeu Fisher em seu gabinete. Na ocasião, conversaram sobre as taxas que incidem sobre as “magrelas” no Brasil, índice que pode chegar a algo em torno de 50% do valor final do produto e sobre a cultura do automóvel imposta à cidade nas últimas décadas.
“Longe de ser um transporte anacrônico, [a bicicleta] é um transporte que dialoga com uma agenda atualíssima, não só pela questão do trânsito, mas também pela questão ambiental e pela questão de saúde pública”, lembrou o prefeito.
Haddad contou a jornalistas que Fisher insistiu que o investimento em ciclovias é um importante aliado no combate ao sedentarismo. “Ele enfatizou muito a questão de saúde pública. Ele corretamente está dizendo que nós estamos gastando uma montanha de recursos públicos em saúde quando nós poderíamos ter ações preventivas e de promoção da saúde em que a bicicleta pudesse fazer parte de um outro cenário”, afirmou Haddad.
Plano cicloviário
Na última sexta-feira (23), a Prefeitura alcançou a marca de 100 quilômetros de ciclovias implementados desde junho de 2014, quando teve início o projeto SP 400km. Ao longo da semana, o bairro do Jaguaré, na zona oeste, ganhou 3,1 km de vias segregadas para bicicletas e, neste final de semana, o bairro do Morumbi, na zona sul, ganhará mais 2,3 km de ciclovia. A administração municipal vai implementar 400 quilômetros de ciclovias até o final de 2015. Esta é a Meta 97, do Programa de Metas.
O projeto de ciclovias está articulado com a estrutura de transporte público da cidade e se soma aos 63 quilômetros de ciclovias que já existiam na cidade desde a gestão passada. A extensão pretendida se somará ainda aos 150 quilômetros de ciclovias previstas para serem implantadas junto aos futuros corredores de ônibus.
A Prefeitura de São Paulo também vem trabalhando para ampliar os locais de paradas, conhecidos como paraciclos. Após a inauguração do bicicletário municipal com 102 vagas no Largo da Batata, na zona oeste, realizada em agosto, o município está estruturando um processo licitatório para adquirir 8.000 novos paraciclos para se somarem aos 113 equipamentos existentes.
Fonte: Prefeitura de SP – Secom