O número de paulistanos que usam a bicicleta todos os dias como meio de transporte cresceu 50% em 2014 em comparação a 2013, de acordo com a Pesquisa Mobilidade Urbana, feita pelo Ibope, a pedido da Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta quinta-feira (18). Enquanto o levantamento de 2013 estimou que cerca de 174,1 mil moradores da cidade usavam a bicicleta diariamente, neste ano o número passou para aproximadamente 261 mil.
A pesquisa aponta ainda que as medidas que mais incentivariam o uso da bicicleta como alternativa ao carro são a criação de novas ciclovias e a melhoria da segurança do ciclista, ambas com 26%. Desde o início de 2013, a Prefeitura de São Paulo criou 70,6 quilômetros de ciclovias. A meta do programa SP 400 km é implementar 200 quilômetros de ciclovias até o fim do ano e 400 quilômetros até 2016.
Para o diretor geral da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Gabriel Di Pierro, o aumento do uso diário da bicicleta se deve à combinação da ineficiência do carro como transporte individual, que provoca com a lentidão nas vias, e a expansão da malha cicloviária.
De acordo com Pierro, com as ciclofaixas de lazer, pessoas que não andavam de bicicleta passaram a utilizar para diversão e, com a criação de ciclovias e ciclo-rotas, o uso para o cotidiano foi intensificado. “Aumento de estrutura gera aumento de demanda. Se uma política aumenta o conforto e a segurança dos ciclistas, certamente, quem não utilizava ou não utilizava com frequência, perceberá que é uma opção ao carro. Isso é importante para a cidade, porque além de significar uma população mais saudável, é também menos poluição”, afirmou.
No início de setembro, um grupo de guarda civis metropolitanos passou a atuar nas ciclovias da cidade. Inicialmente, 18 agentes da corporação realizam rondas, divididos em duas equipes de nove guardas por dia. A Prefeitura também está treinando e capacitando 1.200 guardas para dar segurança aos usuários nas ciclovias e, em uma segunda etapa, colaborar com a fiscalização de trânsito nas vias segregadas. A mesma pesquisa apontou que 88% dos paulistanos aprova a implementação das ciclovias.
Di Pierro também acredita que é preciso expandir o número de bicicletários e paraciclos para que a bicicleta se torne ainda mais importante e utilizada, especialmente, na integração entre modais diferentes de transporte. Em agosto, o Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, ganhou um bicicletário público municipal, ao lado da estação Faria Lima da Linha-4 Amarela do Metrô, com capacidade para guardar 100 bicicletas dos próprios usuários. Junto ao sistema de transporte (estações de metrô e trem e terminais de ônibus) existem 4.505 vagas, sendo 4.382 em bicicletários e 225 em paraciclos.
“Os ciclistas precisam não somente da estrutura para se locomover, mas também locais de parada ou áreas de parqueamento. Mesmo em terminais de ônibus ou estações do metrô ainda carecem de bicicletários e paraciclos, não só em vagas, mas em horários alternativos. Isso seria importante para garantir a integração entre os modais e o ciclista se integrar com o transporte coletivo”, disse o diretor geral da Ciclocidade.
No fim do último mês, uma ciclopassarela de 180 metros de extensão que liga o Parque do Povo à Ciclovia da Marginal Pinheiros, na zona oeste, passando sobre a marginal e os trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi inaugurada. “A maioria dos ciclistas moram fora do centro expandido e as pontes são os acessos principais. Por isso, é importante investir na estrutura e na segurança de travessias, que hoje, ainda é muito ruim”, disse Di Pierro.
Pesquisa
A Pesquisa Mobilidade Urbana 2014 foi realizada pelo Ibope e ouviu 700 pessoas entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro deste ano. No levantamento de 2013, também feito pelo Ibope, foram ouvidas 805 pessoas entre dos dias 20 e 27 de agosto.
Além de aprovação de 88% da população na implementação de ciclovias, a pesquisa também apontou que 90% apoia a criação de faixas exclusivas para ônibus.
Fonte: Prefeitura de SP- Secom