“Em junho de 2013 milhões de pessoas em todo o Brasil se mobilizaram reivindicando mais direitos. Melhores serviços públicos e também rechaçando esse regime político que nós temos no Brasil – onde as eleições são controladas pelo poder econômico, onde os canais de representação e participação foram sequestrados pelas grandes empresas, empreiteiras, pelos banqueiros, pelo agronegócio… Impedindo que muitas questões possam passar pelo Congresso Nacional. É fundamental canalizarmos essa energia social de junho de 2013 para exigir mudanças no nosso regime político”, afirmou Thiago Aguiar, do Movimento Juntos, que esteve presente na manifestação a favor do Plebiscito no Vão do Masp em São Paulo nesta terça-feira, 4.
Diversas organizações sociais, que desde as jornadas de junho de 2013 se mobilizaram em torno de um Plebiscito Constituinte, realizaram mais um dia de luta pela Reforma Política em todo o Brasil. A mobilização envolveu ações nas redes – ficando em terceiro lugar no Trend Topics do Twitter como um dos assuntos mais comentado no país, com a hashtag ‘#PlebiscitoOficial’ – e nas ruas, com nove atos realizados em todo o país, envolvendo as cidades de Curitiba, São Luís, Aracaju, Fortaleza, Salvador, João Pessoa, Recife, São Paulo e Belo Horizonte.
As ações em torno da reforma política que há um ano vem sendo levantadas pela juventude, movimentos sociais e sindicais ganhou grande destaque nas eleições, sendo dita inúmeras vezes pela Presidenta da República Dilma Rousseff. Contudo, o debate vem sendo amplamente debatido após o Supremo Tribunal Federal (STF), através da vocalização de Renan Calheiros, propor um referendo.
Após o Plebiscito Popular ter recolhido, de 1 a 7 de setembro deste ano, mais de 7 milhões de votos a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político a voz das ruas ecoa um Plebiscito oficial, que discuta com a população e não com o Congresso.
A atual conjuntura política do país se depara com uma direita cada vez mais retrógrada e que busca, desesperadamente, se apropriar das ruas de 2013, pedindo o impeachment da Presidenta, que acaba de ser eleita de forma democrática, e a volta da Ditadura Militar. Thiago traz sua leitura da manifestação realizada no último sábado, também do Vão do Masp: “Nós assistimos uma manifestação de setores atrasados, liderados pela família Bolsonaro, pelo Lobão, pessoas que não tem nenhum compromisso com a democracia no país, e que querem, de alguma forma, se localizar nas jornadas de junho de 2013. Esses reacionários, fascistas não tem nada haver com junho. Junho foi uma pulsão por mais direitos, mais participação”.
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) a partir de 2015 vamos enfrentar o Congresso mais conservador desde 1964, com 27% mais empresários, 23% mais ruralistas e com 44% menos sindicalistas.
“Não vamos deixar a direita colocar o dedo na nossa cara! E eles não vão colocar porque eles não têm força. Apesar de todo o apoio e dinheiro que eles tem, eles só conseguem reunir meia dúzia de gatos pingados. O que vai decidir se nós vamos ter avanços daqui pra frente no sistema político e nos direitos do nosso povo é uma verdadeira revolução democrática, e esta revolução começa por uma Constituinte Exclusiva”, frisou em seu discurso a ex-candidata a Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro.
Das certezas a mais evidente é que só teremos uma democracia real com mais participação popular nas decisões políticas. E para alcançar essa realidade o momento é o de ir às ruas e às redes questionar a governabilidade falida que está colocada e que impede que os avanços possam ser concretizados. As mudanças propostas pelas jornadas de junho, pelo Plebiscito e por essa grande parte da sociedade que toma ruas e redes norteiam, nada mais, que a ampliação dos canais de participação direta.
Fonte: Site SpressoSP