Três cidades brasileiras foram premiadas na semana passada pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) de Nova York, nos Estados Unidos, pelo investimento em mobilidade urbana e redução da emissão de gases do efeito estufa.
A implementação de uma extensa rede de ciclovias e corredores exclusivos para ônibus garantiu o prêmio para São Paulo. No último ano, por iniciativa do prefeito Fernando Haddad (PT), a cidade ganhou mais de 141 quilômetros de faixas para ciclistas e 360 quilômetros para ônibus. A meta da prefeitura é entrar até o final de 2015, 500 quilômetros ao todo. O programa de mobilidade da capital paulista foi considerado ambicioso pelo júri.
Ao receber o prêmio, Ciro Biderman, chefe de Gabinete da SPTrans, companhia de transporte municipal, afirmou que não basta dinheiro, é preciso vontade para realizar obras dessa proporção. “Muitas cidades dizem que não têm dinheiro suficiente para os projetos de transporte, mas não é sobre o dinheiro. Construir ciclovias não custa muito. É sobre estar disposto a ter a luta para fazê-lo. Trata-se de vontade política”, declarou.
A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida pelo crescente investimento em melhorias do transporte público. Em 2014, a capital carioca ganhou o segundo sistema de BRT, o Transcarioca, com 40 quilômetros de corredores exclusivos. Os novos ônibus passam por 27 bairros e beneficiam 270 mil pessoas diariamente.
A previsão é que, até as Olimpíadas de 2016, 60% dos moradores do Rio tenham acesso a transporte público de qualidade. Em 2009, esse número era de apenas 18%. O BRT Transcarioca recebeu investimentos de R$ 1,7 bilhão, dos quais R$ 1,18 bilhão em financiamento federal e R$ 524 milhões em contrapartida municipal.
Também no ano passado, a cidade de Belo Horizonte ganhou o primeiro BRT, chamado MOVE, que percorre 23 quilômetros em dois corredores centrais. A obra contou ainda com a revitalização do centro da capital mineira, ruas exclusivas para pedestres e 27 quilômetros de ciclovias. Foram investidos R$ 730 milhões, dos quais R$ 382 milhões, do governo federal, por meio do Programa Pró-Transporte. A mudança garantiu aos passageiros mais conforto e redução no tempo das viagens.
O Prêmio Transporte Sustentável é oferecido anualmente desde 2005 por organizações internacionais que trabalham com solução de transporte urbano para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, minimizar a pobreza e melhorar a qualidade de vida em cidades de todo o mundo. A honraria é concedida a cidade que implementem projetos inovadores e sustentáveis.
A edição anterior premiou a cidade de Buenos Aires, na Argentina. A Cidade do México, no México levou o prêmio em 2013; e Medellin, na Colômbia e São Francisco, Estados Unidos, em 2012.
Fonte: Agência PT de Notícias