Alexandre Padilha assume Secretaria Municipal da Saúde

 

O médico infectologista Alexandre Padilha, de 43 anos, assumiu na manhã desta segunda-feira (24) a Secretaria Municipal da Saúde. O ex-ministro da Saúde deixou a pasta de Relações Governamentais para substituir José de Filippi Júnior, que ficará à frente da Autarquia Hospitalar Municipal. Durante cerimônia de posse, o prefeito Fernando Haddad citou os avanços da pasta nos últimos dois anos e meio e afirmou que a cidade vem transformando um paradigma no que diz respeito à saúde de sua população.

“Eu entendo que as grandes metrópoles têm de ter a consciência de que têm que repensar o seu estilo de vida em função da promoção e da prevenção. Nós não podemos pensar só em cuidados. Temos que evitar que as pessoas adoeçam e que precisem tanto de medicamentos, de cirurgias, de exames quanto precisam hoje. Temos que inverter essa lógica. Repensar o estilo de vida é repensar a cidade como um todo. A nossa agenda hoje é socioambiental”, afirmou.

Segundo Haddad, é preciso alterar a forma de convivência dos cidadãos e repensar questões como alimentação, mobilidade e segurança pública para o alcance de uma sociedade saudável. O novo titular da pasta reforçou essa visão, que foi posteriormente destacada pelo ministro de Estado da Saúde, Arthur Chioro, presente na posse.

“O prefeito já faz muito pela saúde da cidade de São Paulo ao adotar políticas que a priori não são vistas como políticas públicas de saúde, mas que certamente terão impactos para a saúde da nossa cidade. A cada domingo de Paulista aberta aos ciclistas e pedestres damos um passo a mais para uma cidade mais saudável”, afirmou Padilha, acrescentando entre as medidas tomadas neste sentido a implantação de parques, a ocupação de espaços públicos e a redução da velocidade máxima em vias arteriais em prol da vida daqueles que vivem na capital.

O ministro Arthur Chioro chamou atenção para a necessidade de a Prefeitura, o Governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Saúde se unirem a favor do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quero aqui conclamar [os três entes federativos] a se reinventarem e a colocarem acima de tudo o espírito republicano em uma concepção de que o SUS é o patrimônio da sociedade brasileira e que nós temos que assumir um compromisso e dar a demonstração de capacidade de diálogo de aprimoramento”, afirmou.

Segundo o ministro, é preciso rediscutir as redes regionais intrínsecas da cidade de São Paulo e a conectividade que elas têm com toda a Região Metropolitana, destacando, inclusive, serviços estaduais e federais de referência.

Em conversa com a imprensa, Padilha definiu essa questão como uma das mais importantes para o sucesso do SUS. “O maior desafio da Saúde em uma cidade como São Paulo é colocar cidade, Estado, governo federal, setor privado e cidades da Região Metropolitana na mesma mesa para conversar. Somente com um planejamento [feito] de forma conjunta, poderemos levar de forma sustentável o atendimento e fazer aquilo que a população mais espera: atendimento humanizado e no tempo mais curto possível”, disse.

Em sua despedida do cargo, José de Filippi Júnior destacou que a experiência de Padilha como ministro da Saúde será mais do que benéfica à rede. “Sua garra e competência à frente do Ministério da Saúde, com medidas necessárias e corajosas como o Mais Médicos, com a reestruturação da rede de urgência, dando foco também na atenção básica, certamente irão inspirar a nossa equipe na Secretaria Municipal da Saúde a fazer ainda mais”, disse.

De acordo com o prefeito, a administração municipal tem três hospitais gerais, 16 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e 15 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), além de 19 Hospitais Dia da Rede Hora Certa em obras ou já entregues. Desde o início da gestão, foram também reabertos 250 leitos hospitalares.

Segundo Filippi, na perspectiva de fortalecimento do SUS, a pasta possibilitou o resgate e a valorização da administração direta por meio de concursos públicos realizados para a contratação de mais de 7 mil servidores, além da aprovação de um novo plano de carreira. No que diz respeito às parcerias com as Organizações Sociais de Saúde (OSS), a gestão refez todos os contratos, garantindo assim mais direitos e deveres para as partes envolvidas. “Com a melhoria da administração e da fiscalização, quem deve ganhar são os cidadãos de toda a cidade”, destacou o ex-secretário.

Desafios

Além de destacar a importância de ações que visem a promoção da saúde e a prevenção de doenças, Alexandre Padilha falou dos principais desafios que terá de encarar nos próximos meses à frente da secretaria, dando continuidade ao trabalho já empreendido por Filippi. “Embora o pessoal diga que paulistano adora uma fila, nós não gostamos de filas grandes no SUS. Queremos reduzir cada vez mais essas filas, encurtar o tempo de espera dos pacientes. Acho que o secretário (Filippi) construiu as bases para isso. Agora temos que pisar no acelerador nesse um ano e quatro meses que nos restam”, disse.

Responsável pela implementação do programa Mais Médicos, do governo federal, Padilha afirmou que trabalhará para a ampliação da iniciativa na capital com a expansão de vagas na formação de residentes. “A cidade de São Paulo é uma das que mais pode ampliar vagas de formação de especialistas. Agora eu pretendo acelerar e ampliar isso com o Mais Especialidades, que é dar a oportunidade na rede de São Paulo para formarmos mais pediatras, mais anestesiologistas, mais cirurgiões para atender mais rápido a população e também garantir a presença dos médicos na Rede de Atenção Básica”, afirmou.

De acordo com Padilha, a cidade de São Paulo tem hoje quase 300 profissionais do Mais Médicos. Além disso, o número de vagas em cursos de Medicina foi ampliado na capital, medida que integra a política do programa federal. “Queremos preparar a cidade para que ela seja uma das primeiras na implantação do Mais Especialidades”, afirmou.

O Secretário de Estado da Saúde, David Uip, também participou da cerimônia, que também foi acompanhada por outros secretários municipais e militantes da área da saúde.

Currículo

O paulistano Alexandre Padilha é médico infectologista formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com pós-graduação pela Universidade de São Paulo (USP). Ele atuou na coordenação política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2004 a 2010, primeiro como Secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República e depois como Ministro de Estado da Secretaria de Relações Institucionais . Em 2011, a convite da presidenta Dilma Rousseff, assumiu o Ministério da Saúde, onde permaneceu até fevereiro de 2014.

Padilha também atuou, de 2000 a 2004, como coordenador do Núcleo de Extensão em Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP (Numetrop/USP). Ele coordenou projetos do Fundo de Pesquisa em Doenças Tropicais da Organização Mundial de Saúde (OMS), com vários livros e trabalhos publicados em revistas acadêmicas internacionais, em especial sobre o desenvolvimento de novos tratamentos para a malária.

Neste ano, a convite do prefeito Fernando Haddad, Padilha assumiu a Secretaria Municipal de Relações Governamentais.

Fonte: Prefeitura de SP – Secom

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