Governo Alckmin ignora e não investe em problema de abastecimento de água na cidade e região metropolitana.
FALTA DE INVESTIMENTOS – há 11 anos, os governos estaduais do PSDB tem sido alertados por estudos realizados pelo Comitê de Bacias Hidrográficas do Alto Tietê sobre a necessidade de obras no sistema Cantareira, a gravidade de queda do nível do reservatório e a falta de recursos, o Governo Tucano em SP nada fez para mudar esta realidade.
TUCANOS NÃO SABEM PLANEJAR – a falta de planejamento metropolitano integrado, as ocupações de áreas de mananciais e de várzeas por falta de política habitacional adequada, os baixos índices de coleta e tratamento dos esgotos que são despejados in natura nos córregos e rios que cortam as cidades, a falta de investimentos na busca de novas fontes de abastecimento, a ausência de planos de contingencia para atendimento da demanda em situação de crise, interferem de forma significativa nos problemas de abastecimento de água.
NÃO É FALTA DE DINHEIRO – A Sabesp é uma empresa de economia mista. Do seu capital, 50,3% pertence ao governo do Estado de São Paulo, 24,9% vêm dos acionistas da Bolsa de Nova York e 24,8% da BM&FBovespa de São Paulo. Teve lucro liquido de R$ 1,9 bilhão em 2013 e independente da diminuição de faturamento numa campanha de redução do consumo a sua rentabilidade possibilitaria um enfrentamento da crise com recursos para investir. A maior parte dos recursos da Sabesp é destinada para os lucros do Governo e dos acionistas das bolsas de valores ao invés de investir para ampliar o sistema de abastecimento.
DESCASO COM A POPULAÇÃO – O resultado disso é que o paulistano sofre hoje com a falta de abastecimento de água no maior reservatório que abastece 8,1 milhões de pessoas das zonas Norte, Leste, Oeste, região central e moradores das cidades da região metropolitana de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuiba, Barueri, Santana de Parnaíba, Guarulhos, São Caetano do Sul, Santo André, que correspondente a 44% da população metropolitana.
O TAMANHO DA ENCRENCA – O armazenamento total do sistema Cantareira é de 990 milhões de metros cúbicos de água, mas trabalha em média entre 65 e 70%, o que equivale a 690 milhões de metros cúbicos de água. O sistema da SABESP hoje é capaz de tratar e remeter para população até 33 mil litros de água por segundo. Quatro anos atrás, estudos já apontavam que o reservatório Cantareira atuava no limite.
NEGLIGÊNCIA DO GOVERNO – Estudo elaborado pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo aponta que a Sabesp já sabia da necessidade de investimentos para ampliação do sistema e que desde 2013 já deveria ter iniciado uma campanha para redução de consumo, coisa que governo Alckmin só fez agora, quando se chegou ao menor nível de reserva de água da história: 15,5% em 11 de março.
CALAMIDADE PÚBLICA – Segundo o presidente do comitê que administra o Sistema Alto Tietê, Chico Brito, prefeito de Embu das Artes, mesmo que a SABESP faça o compartilhamento entre os sistemas Alto Tietê e Cantareira não será o suficiente para evitar racionamentos. “Para evitar que falte água, qualquer alternativa, neste momento, é bem-vinda”. É fundamental, porém, se pensar em medidas a médio e longo prazos. Sem mais medidas, os reservatórios do Alto Tietê e da Billings vão se saturar e, quando chegar o período de estiagem da região, entre maio e junho, O RACIONAMENTO SERÁ INEVITÁVEL EM PRATICAMENTE TODO O ESTADO.
PEGADINHA TUCANA – O governo do Estado e a SABESP transmitem “a falsa impressão” de que o problema da falta de água está controlado. A transferência de água pelo sistema integrado da região metropolitana de São Paulo não é sustentável, e mesmo sabendo do risco para a vida útil do sistema Cantareira, a SABESP permaneceu, retirando aproximadamente 31 mil litros de água por segundo, levando os reservatórios a níveis abaixo dos 20%, considerados altamente críticos.
O QUE FAZER PARA MUDAR ESTA REALIDADE:
Medidas Essenciais apontadas pelo Comitê De Bacias do Alto Tietê para evitar desabastecimento:
– o compartilhamento entre os sistemas Alto Tietê e Cantareira;
– a implantação de bombas no sistema Cantareira abaixo de onde a atual está instalada, para usar o chamado volume morto, que corresponde a cerca de 40% da água de todo o sistema;
– campanhas permanentes para consumo consciente e economia de água, não só na época das secas;
– a construção imediata de mais dois novos grandes reservatórios, um na região de Biritiba Mirim e um em Campinas/Piracicaba.
A construção desses reservatórios está prevista no Plano da Macro metrópole de Recursos Hídricos, concluído em agosto do ano passado. O presidente do comitê Chico Brito defende que eles comecem a ser construídos imediatamente para serem entregues em no máximo 10 anos, e não somente em 2035, conforme previsto no Plano.