O ex-presidente da construtora OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro, escreveu uma carta de próprio punho para desmentir as acusações que fez contra Lula na delação premiada que firmou com a Lava-Jato.
O documento foi um dos elementos que levou a Justiça de São Paulo a arquivar a investigação sobre um fantasioso tráfico de influência que o ex-presidente teria realizado junto ao governo da Costa Rica, o que representou a 19ª vitória de Lula na Justiça, sem nenhuma condenação.
A investigação foi aberta com base no que Leo Pinheiro havia dito anteriormente, quando pressionado e chantageado pela Lava Jato, afirmou que, durante uma viagem à Costa Rica, pediu a Lula que realizasse uma audiência com Nick Rischbieth Gloe, presidente do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE).
Atendendo aos desejos dos procuradores de Curitiba, Pinheiro afirmou que o objetivo da reunião era aumentar a participação do Brasil na estrutura societária da instituição financeira, “bem como credenciar a OAS a realizar parceria com tal Banco”. O empreiteiro disse ainda que o encontro ocorreu na suíte onde Lula estava hospedado e que contou com a presença dele e de outro executivo da OAS, o diretor Augusto Uzeda. Em depoimento às autoridades, Uzeda negou a realização dessa reunião.
Agora que os métodos coercitivos e ilegais da Lava Jato vieram à tona, Leo Pinheiro repôs a verdade. Leia abaixo a íntegra da carta.
Carta de Leo Pinheiro à Justiça de São Paulo
Prezado senhor,
Em resposta à solicitação de Vossa Senhoria (…), esclareço sobre as questões elencadas:a) Não tenho conhecimento, nem autorizei nenhum pagamento ou oferta de vantagens indevidas ou me foi solicitado ou exigida pelas pessoas (autoridades) citadas no questionamento (a).
b) Não houve nenhuma menção direta ou indireta sobre vantagens indevidas durante o encontro ocorrido na Costa Rica, nem posteriormente sobre o tema referido.
c) Não sei informar se houve intercessão do Ex. Presidente Lula junto à Presidente (ex) Dilma e/ou Ex. Ministro Paulo Bernardo. A empresa OAS não obteve nenhuma vantagem, pois inclusive não foi beneficiada por empréstimos do BCIE – Banco Centro Americano de Integração Econômica. Não sabendo informar se houve efetividade da solicitação do Presidente do BCIE,senhor Nick Rischbieth Alöe junto ao senhor Ex. Presidente Lula e demais autoridades citadas.
d) Os documentos sobre esse tema referido encontram-se anexados no Termo de Colaboração n.º 28-B.
Atenciosamente,
José Adelmário Pinheiro Filho
Da Redação, com Site do Lula