Há 2 anos, Lula retomava sua liberdade, e o Brasil voltava a ter esperança

Ricardo Stuckert

Há exatos dois anos, Lula voltava a ser tratado com a justiça a que não só ele, mas todo cidadão brasileiro, tem direito. Após enfrentar a maior perseguição judicial da história do país, ser condenado sem provas e passar 580 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba, o melhor presidente que o Brasil já teve finalmente recuperava a liberdade naquele 8 de novembro de 2019. E, como havia prometido, tornava-se livre sem perder a dignidade.

Pouco mais de um mês antes, em 30 de setembro, Lula havia recusado a liberdade pela metade e negado a progressão para o regime semiaberto, solicitada pelo mesmo Ministério Público que o havia acusado injustamente. Em carta aberta, endereçada aos brasileiros e ao Supremo Tribunal Federal (STF), escreveu: 

Não troco minha dignidade pela minha liberdade. Tudo que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao Povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à Democracia, à Justiça e ao país”.

Lula tornou-se livre 39 dias depois, quando o STF derrubou a prisão após condenação em segunda instância, um atentado à Constituição que os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, com apoio de desembargadores do TRF-4, usaram para prendê-lo e impedi-lo de concorrer às eleições ou mesmo participar da campanha de 2018. O primeiro discurso foi aos integrantes da Vigília Lula Livre, que não deixaram de prestar apoio ao presidente um só dia, em acampamento montado a metros da sede da PF, ao mesmo tempo em que ampla campanha internacional era realizada. Aos companheiros da vigília, disse: 

Eles não prenderam um homem. Eles tentaram matar uma ideia. Mas uma ideia não se mata. Uma ideia não desaparece”.

Com essas palavras, Lula deixava claro que deixar a prisão injusta era só o começo. O ex-metalúrgico ainda provaria sua inocência, desmascararia as reais intenções da Lava Jato, que sempre agiu em defesa de interesses estrangeiros, e retomaria a luta para que o Brasil volte ao caminho da soberania e da justiça social. E, desde então, um a um, esses objetivos têm sido alcançados.

Livre, inocente e símbolo de esperança

Foi em outro dia 8, este de março de 2021, que Lula provou sua inocência. Naquele dia, o STF reconheceu que Sergio Moro não tinha competência para julgar Lula. Ações e condenações estavam anuladas, numa decisão do ministro Nelson Fachin que, mais tarde, seria confirmada pela Segunda Turma e pelo Plenário da Corte

Com a decisão, Lula também retomou seus direitos políticos e, imediatamente, transformou-se na esperança da maioria do povo brasileiro de voltar a sorrir. Desde o golpe de 2016, que tirou Dilma Rousseff da Presidência, o povo passou a ser massacrado por fome, desemprego, queda na renda, inflação e descaso de um governo que atuou para que mais de 600 mil morressem na pandemia de Covid-19. A essa população, o popular líder se dirigiu em discurso histórico em 10 de março:

Quero dedicar o resto de vida que me sobra, e espero que seja muito, a andar por este país e a conversar com este povo. Alguma atitude nós vamos ter de tomar, companheiros, para que este país possa voltar a crescer. Para que esse povo volte a sonhar”.

Três meses e 13 dias depois dessa fala, Lula veria a máscara dos procuradores da Lava Jato e de Sérgio Moro finalmente cair. Por 7 votos a 4, o STF afirmou que o ex-juiz agiu de forma suspeita ao julgar o presidente. Agir com suspeição é o pior crime que um magistrado pode cometer no exercício de sua profissão, pois é atentar contra o princípio fundamental da Justiça, que deve garantir a todo cidadão um julgamento imparcial. Nesse dia, Lula foi sucinto, ao comentar a decisão pelo Twitter: 

A verdade venceu”. 

Desde então, a verdade continua vencendo. Hoje, Lula acumula 21 vitórias na Justiça e nenhuma, nenhuma, derrota. Lula livre e inocente é mais do que justiça sendo feita. É a volta da esperança de que o Brasil pode voltar a trilhar o caminho da inclusão social e da soberania, a viver com amor e não com ódio, a investir em livros e não em armas, a ser motivo de orgulho para os brasileiros e de admiração no exterior. É a volta do otimismo, da fé em dias melhores, como o próprio Lula disse, em entrevista no último dia 20:

Eu estou muito otimista com a perspectiva de a gente recuperar a democracia para o Brasil, de a gente voltar a fazer políticas de inclusão social, de voltar a fazer o povo sorrir porque vê seu filho indo para a escola, comendo, sendo tratado com o mínimo de dignidade e respeito”.

Da Redação da Agência PT

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