Com uma equipe de técnicos de três ministérios, os ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e dos Transportes, Renan Filho, foram nesta quinta-feira, 30, para Maceió, para acompanhar de perto o risco de colapso de uma mina de salgema da petroquímica Braskem e definir medidas emergenciais de médio e longo prazos.
“O cenário é grave, estamos falando de abalos sísmicos, bairros afundando, consequências de um possível crime socioambiental”, postou o ministro Wellington Dias na rede X, ao detalhar que o governo federal está em Maceió com representantes dos ministérios dos Transportes, Desenvolvimento Regional, Minas e Energia, além da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil.
“Estamos atentos e de prontidão para as ações que forem necessárias e ajudar no que for preciso”, disse o presidente em exercício Geraldo Alckmin à Agência Brasil, que informou também que a prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias devido ao risco de afundamento do solo em vários bairros.
“A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital. A Defesa Civil da cidade informou que os últimos tremores se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada”, publicou a Agência.
Em postagem na rede X, o Serviço Geológico do Brasil informou que foi acionado pela Defesa Civil Nacional. “Estamos comprometidos com a segurança e bem estar de todos e em colaborar integralmente com os órgãos competentes”, disse o diretor-presidente Inácio melo.
O alerta foi dado quarta-feira, 29, pela Defesa Civil de Maceió que detectou que os tremores se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada.
Atividade extrativista foi suspensa em 2018
A exploração mineral subterrânea de sal-gema, uma matéria-prima usada na indústria para obtenção de produtos como cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio, começou em 1976 e foi suspensa e 2018, quando diversos bairros tiveram que ser evacuados emergencialmente. Rachaduras surgiram nos imóveis da região, seguido de um tremor de terra, criando alto risco de afundamento.
Ao todo são 35 minas na área urbana da cidade que estão sendo preenchidas novamente.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil a exploração de sal-gema desestabilizou as cavernas subterrâneas que já existiam na região, causando o afundamento do solo e as rachaduras que afetaram cinco bairros de Maceió.
A empresa Braskem informou ao portal G1 no começo de novembro que o processo de preenchimento das minas “registra 70% de avanço nas ações” e que a previsão é que os trabalhos sejam concluídos entre o final de 2024 e o início de 2025.
No total, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados, afetando cerca de 55 mil pessoas, de acordo com o site BBC.
Da Redação da Agência PT, com BBC