O PT chega aos 44 anos, em 10 de fevereiro, amadurecido o suficiente para dar conta de duas importantíssimas missões: reconstruir o Brasil, recolocando-o no caminho da justiça social, e enfrentar e derrotar definitivamente a extrema direita.
A avaliação foi feita, nesta terça-feira (30), pela presidenta do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), em entrevista ao Jornal PT Brasil, da TvPT (assista abaixo).
“Além do projeto de reconstrução do país, nós temos um outro dever muito importante e que só o PT tem condições de aglutinar e puxar: enfrentar a extrema direita no Brasil. Nós não podemos deixar essa gente voltar”, afirmou Gleisi.
“Por isso, a gente não pode falhar enquanto governo. Nosso governo tem que dar certo, tem que olhar para o povo, tem que fazer o que for necessário para que o povo melhore de vida. É muita responsabilidade”, acrescentou.
E a força para ser bem-sucedido nessas missões vem, sem dúvida, da base social que sustenta o partido e sua militância. “Nossa militância é maravilhosa. Esse partido é o que é pela militância que tem”, disse Gleisi.
“Nos momentos mais difíceis, quem segurou a barra foi a militância, tanto no impeachment da Dilma quanto na prisão do Lula. A militância não deixou Lula sozinho. Muita gente queria dar as costas, mas a militância dizia ‘não, não, não, temos de defendê-lo, Lula é nossa grande liderança e referência’. E sempre defendendo o partido, altiva, de cabeça erguida. Então eu tenho o maior carinho pela militância e tenho o maior orgulho de ser presidenta desse partido”, contou, emocionada.
Para Gleisi, aqueles que apostaram no fim político de Lula e na morte do PT ignoraram justamente a relação que o partido construiu com a população nestes 44 anos.
“Diziam que não íamos sobreviver, que o PT ia morrer, que o Lula ia morrer, que estávamos fadados a desaparecer. Foi nos governos do Lula e da Dilma que nós tivemos os maiores avanços para a população, e eles não entendem isso. E por isso não entendem por que a gente está vivo. Porque a gente está no coração do povo.”
E essa relação com o povo decorre da causa petista. “Nós fazemos política porque temos uma causa: transformar o Brasil num país que realmente coloque todas as pessoas dentro do seu desenvolvimento, que não tenha mais extrema pobreza, que as pessoas tenham renda, condições, uma boa educação. E isso é possível. Só não chegamos a isso ainda porque temos uma elite atrasada, arcaica, que é essa que se manifesta nos jornais, nos editoriais dos jornalões dizendo que a política do Lula é equivocada”, observou.
Governo Lula
Ao avaliar o primeiro ano de governo Lula, Gleisi faz uma análise positiva. “Claro que temos de avançar, e o povo está certo de querer mais, pressionar por mais. Mas, diante das condições que nós pegamos o país, desestruturado, a economia praticamente estagnada, o Estado destruído, os programas sociais desmontados, a gente conseguiu, sob a liderança do governo Lula, reconstruir a base.”
Ela lembrou que em 2023, foi possível reerguer todos os programas sociais, retomar o aumento real do salário mínimo, reajustar a tabela do Imposto de Renda, reformular o Bolsa Família e tomar uma série de outras medidas que impulsionaram a economia e melhoraram a vida da população.
“E, recentemente, tivemos o lançamento do plano de renovação da indústria brasileira, que é importantíssimo porque nenhum país se desenvolve se não tiver uma indústria forte. A gente tem um agronegócio forte porque o Estado ajuda, banca muita coisa, e precisamos de uma indústria forte. Todos os países desenvolvidos têm uma indústria forte com o Estado participando. Os que criticam isso estão muito atrasados”, rebateu.
“Não tenho dúvidas de que conseguimos fechar o ano bem”, continuou. “Conseguimos segurar o preço dos combustíveis, conter a inflação, tivemos crescimento do PIB, aumentou o emprego, e a renda teve uma melhora. Espero que, em 2024, possamos repetir isso, com mais coisas para o povo brasileiro.”
Eleições 2024
Outro objetivo para 2024, ressaltou também Gleisi, é construir muitas vitórias nas eleições municipais, que ocorrem no fim do ano. Segundo ela, o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), constituído no ano passado, já está retomando as atividades, a começar por uma análise cuidadosa da situação do partido nos municípios com mais de 200 mil habitantes.
De acordo, com a presidenta, nas cidades em que não tiver candidatos competitivos, o PT vai apoiar os partidos aliados da centro-esquerda. “Nós queremos que o PT e esse conjunto de partidos que dá uma maior sustentação ao governo Lula ganhe o maior número de Prefeituras possível”, explicou.
Ela disse que outro objetivo é investir muito na eleição de vereadores. “Queremos fazer muitos vereadores e vereadoras. Jovens, negros e negras, mulheres, LGBTs. Também a diversidade do povo brasileiro. Acho que o PT pode contribuir para isso tendo uma capilaridade grande em todos os estados brasileiros.”
Da Redação da Agência PT