“Fora, Bolsonaro!” ganha força e 19J supera os atos de maio

Ricardo Stuckert

O grito dos brasileiros por “Fora, Bolsonaro” ficou mais forte neste sábado, 19 de junho. Em um número de cidades maior que o observado em 29 de maio, ainda mais pessoas foram às ruas de todo o país exigir o impeachment de Jair Bolsonaro e reivindicar vacina para todos, auxílio emergencial digno e outras pautas, como mais recursos para a saúde, a educação e a ciência. A indignação foi ainda maior com o registro de 500 mil vítimas da Covid-19, marca que só foi alcançada no Brasil porque Jair Bolsonaro decidiu ignorar o direito à vida e perseguir a imunidade de rebanho por contaminação.

Além de ocorrer em todas as capitais, o movimento que pede a saída do atual presidente também ganhou corpo nas pequenas e médias cidades, ocupando as ruas de municípios como Ji-Paraná (RO) e Araguaína (TO), na Região Norte; Feira de Santana (BA), Imperatriz (MA) e Petrolina (PE), no Nordeste; Anápolis (GO), Cáceres (MT) e Corumbá (MS), no Centro-Oeste; Cachoeiro (ES), Uberlândia (MG), Piracicaba (SP) e Niterói (RJ), no Sudeste; Foz do Iguaçu (PR), Caxias do Sul (RS) e Blumenau (SC), no Sul, apenas para citar alguns dos mais de 400 atos realizados tanto no Brasil quanto no exterior.

As lideranças do Partido dos Trabalhadores participaram de diversas manifestações. “Bolsonaro é a encarnação da crise. Enquanto ele estiver na cadeira da Presidência da República, este país não terá saída. E não tem outro jeito de vencer este retrocesso que nós temos no Brasil a não ser com mobilização e organização popular, com o povo nas ruas”, discursou a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), no ato de Curitiba.

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Já o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad discursou na capital paulista, que voltou a reunir a maior concentração de manifestantes. “500 mil mortes oficiais por conta de um genocida que está no poder, destruindo empregos, destruindo patrimônio público, destruindo vidas. É para isso que Bolsonaro está aí, com a cumplicidade dessa burguesia, que não tem coragem de pautar o impeachment”, disse Haddad, diante de uma Avenida Paulista completamente tomada. “Só o impechment vai salvar o país. A previsão é de mais 200 mil mortes se nada for feito. Nós não estamos aqui para brincar de motocicleta. Estamos aqui para alertar o país de que, se nada for feito, 200 mil brasileiros vão morrer, para além dos 500 mil que já se foram. Por isso, é fora, Bolsonaro. É impeachment já”, completou.

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O ato na Avenida Paulista superou o do dia 29 de maio, que já havia sido gigantesco. Por volta das 18h, segundo os organizadores, já eram cerca de 100 mil pessoas, 20 mil a mais que a anterior. Em outras capitais, como Rio de Janeiro e Brasília, também houve crescimento. Na capital fluminesne, os organizadores calcularam 70 mil pessoas, ante 50 mil no de maio. No Recife, a repressão da PM semanas atrás não intimidou a população, que foi à rua em maior número mesmo sob chuva.

Lula apoia movimento

O presidente Lula manifestou apoio aos atos por meio das redes sociais. Durante a semana, ele afirmou que não não deveria comparecer para que setores da mídia não transformassem “um ato da sociedade brasileira em um ato político-eleitoral”. Neste sábado, ele publicou nas redes sociais um pedido por “vacina no braço e comida no prato” e solidarizou-se com os familiares das 500 mil vítimas por Covid-19.

“500 mil mortos por uma doença que já tem vacina, em um país que já foi referência mundial em vacinação. Isso tem nome e é genocídio. Minha solidariedade ao povo brasileiro”, publicou Lula no Twitter.

Respeito às medidas de proteção

Ao contrário das aglomerações promovidas pelos apoiadores negacionistas de Bolsonaro, manifestantes fizeram questão de manter todas as medidas para evitar riscos de contaminação. O uso de máscaras e o distanciamento foram constantes. Os organizadores também distribuíram álcool em gel e orientaram os participantes sobre medidas de proteção contra a Covid-19. 

As concentrações foram convocadas por Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, centrais sindicais, Coalização Negra por Direitos, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Fórum Nacional de ONGs, entre outras.

Redação da Agência PT

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