Efeito Lula: com aquecimento econômico, anúncios de investimentos crescem 24%

José Fernando Ogura

As políticas macroeconômicas do governo Lula não apenas deram vigor à atividade, com o consumo das famílias girando a roda da economia, mas também restauraram um ambiente de segurança para os investimentos no país. Levantamento do Bradesco aponta que os anúncios de investimentos no Brasil cresceram 23,6% de janeiro a julho, em comparação ao mesmo período do ano passado. É o maior patamar desde 2020. Segundo o banco, foram feitos 362 anúncios no período. Uma prova de que a retomada da política industrial e das obras de infraestrutura, entre outras medidas econômicas, já começaram a surtir efeito no país.

Segundo a economista do banco, Priscilla Pacheco, o Bradesco detectou uma melhora expressiva do setor industrial, reflexo do plano Nova Indústria Brasil (NIB), um dos alicerces do desenvolvimento soberano nacional desenhado pelo governo. O NIB tem sido o fio condutor do processo de reindustrialização do país em novas bases, de olho em novas oportunidades de crescimento pela transição energética.

De acordo com o levantamento do Bradesco, os anúncios do setor industrial subiram 76,8%, entre janeiro e julho deste ano quando comparados aos sete primeiros meses do ano passado. “Conseguimos captar um momento de melhora de compra de máquinas, de investimentos em infraestrutura e em vários segmentos de indústria, varejo e serviços”, resumiu Pacheco, em declaração ao jornal Valor. “Temos percebido quase mês a mês esse crescimento e a gente entende que é algo mais generalizado”, reconheceu Priscila.

 

De acordo com a reportagem do jornal, o banco monitora diversos setores, como indústria, serviços e comércio, em anúncios de internet e da mídia corporativa, tanto de empresas quanto dos governos estaduais e federal.

“Investimento, para nós, é o que aumenta a capacidade produtiva do Brasil”, destacou a executiva. “Pode ser, por exemplo, abertura de lojas e fábricas; construção de prédios residenciais, industriais, comerciais e de galpões logísticos; aquisição de equipamentos e frotas de veículos. Não entram, por exemplo, aquisições de empresas e compras de participações”, explicou.

Confiança empresarial

“Percebemos troca de maquinário, automação. Um exemplo claro é a indústria automotiva”, constatou a executiva, confirmando o um cenário de aquecimento da economia e, portanto, de maior confiança para investimentos, principalmente no setor empresarial.

Não à toa, nesta segunda-feira (2), a FGV anunciou que o Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,3 ponto em agosto sobre julho, para 97,9 pontos. Trata-se do maior nível desde setembro de 2022, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice já acumula uma alta de 4,3 pontos em seis meses consecutivos de avanços.

“O avanço gradual da confiança empresarial em 2024 reflete um ambiente de crescimento mais robusto dos segmentos cíclicos da economia em comparação ao ano passado, com destaque para a Indústria de Transformação, que tem apresentado sinais claros de aquecimento, como baixos níveis de estoques e elevado nível de utilização da capacidade instalada”, aponta trecho da nota da da FGV.

 

Da Redação da Agência PT, com Valor e FGV

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