Documentos comprovam plano da PRF para impedir eleitores de Lula de votar no 2º turno

Roque de Sá/Agência Senado

A Polícia Federal prendeu o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques (veja quem é o bolsonarista preso), na Operação Constituição Cidadã que aconteceu na manhã de hoje (9) em Florianópolis. A prisão resultou da confirmação documental da orientação para a obstruir do trânsito de eleitores no Nordeste, durante o segundo turno das eleições.

Os emails encontrados nas lixeiras dos ex-funcionários bolsonaristas definiram e organizaram a ação em cidades em que Lula tinha feito mais de 75% dos votos no primeiro turno. A investigação também confirmou a realização de reunião para organizar a ação da PRF, anteriormente negada pelo ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques.

“Ele está preso porque, dentre outras questões, há um fato fundamental: ele, de fato, tentou impedir o resultado eleitoral. Ele atrapalhou o processo eleitoral”, afirmou a senadora Eliziane Gama, relatoria da CPMI do Golpe. À Coluna do Estadão, a senadora lembrou que a prisão de Silvinei deveria ter sido feita no dia que ele depôs à comissão.

 

Com a prisão de Silvinei e o depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres ontem (8) na CPMI dos Atos Golpistas, o caminho para chegar em Jair Bolsonaro como mentor dos atentados de 8 de janeiro está perto, segundo a presidenta do PT e deputada federal, Gleisi Hoffman (PR).

“Ainda mais agora com as provas encontradas pela PF da armação para tentar impedir eleitores de votar. Quiseram levar na ilegalidade, mas tem muitos rastros dos crimes”, alertou Gleisi, lembrando quena antevéspera das eleições já havia denúncias das irregularidades patrocinadas pelos bolsonaristas.

 

Nova convocação

Após a prisão do ex-diretor, autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI dos Atos Golpistas, defendeu a votação de um novo pedido de convocação de Silvinei e não descartou a possibilidade de ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Estamos centrados em nomes que estão no entorno do ex-presidente, mas não descarto a possibilidade de ter que ouvi-lo na comissão”, disse a senadora em entrevista coletiva na manhã de hoje, quando propôs fazer um processo de acareação das versões de Silvinei e de outros servidores da PRF.

A ideia é confrontá-lo com as ordens de serviço, relatórios e diárias pagas pela corporação para efetuar as operações de abordagem dos veículos que transportavam eleitores aos locais de votação.

Agora, só falta um

Junto com uma foto de Bolsonaro entre Silvinei e o ex-ministro Anderson Torres, preso dia 14 de janeiro, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) anunciou: “Só falta um! Ex-superintendente da PRF no governo Bolsonaro foi preso hoje! Do trio golpista falta apenas um para pagar pelos crimes na prisão, mas pelas investigações da CPMI do Golpe não vai demorar!”, postou Correia.

O deputado federal Rubens Pereira (PT-MA) lembrou que Silvinei mentiu em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas ao jurar que não houve interferência da PRF no segundo turno das eleições e postou em sua conta no Twitter que “eles tentaram impedir que o presidente Lula fosse eleito, brincaram com a democracia e agora estão pagando o preço”.

Já o senador Fabiano Contarato (PT-ES) observou que a prisão de Silvinei mostra que não há ninguém acima da lei e que “também não há margem na nossa Constituição Federal para os que tentam atentar contra o Estado Democrático de Direito contra processos reconhecidos e legítimos”, tuitou o parlamentar.

Pastor Henrique Vieira (PT-RJ) identificou Silvinei como um dos operadores do golpe bolsonarista. “Provamos na CPMI que Silvinei Vasques mentiu e comunicamos ao STF”, postou.

Da Redação da Agência PT

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