A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal ouviu nesta quarta-feira o diretor do Departamento de Desapropriações (Desap) da Prefeitura, Léo Vinicius Pires de Lima, sobre o processo de desapropriação de uma área na Zona Leste que será destinada à construção de uma unidade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O terreno era de propriedade das Indústrias Metalúrgicas Gazarra, que faliu em 2002, e por meio de decreto do Executivo foi declarado como área de utilidade pública, em 2010.
Lima explicou que a SP Obras, então, contratou uma empresa terceirizada para avaliar a área e o valor constatado foi de R$ 62 milhões — valor este que seria pago pela municipalidade para obter a posse do espaço com o objetivo de cedê-lo à construção da Unifesp.
Em maio deste ano, mesmo tendo sido declarado como área de utilidade pública, o imóvel foi arrematado por uma empresa privada por R$ 15,4 milhões durante um leilão realizado como parte do processo de falência da indústria.
O vereador Donato (PT), autor do requerimento que pediu a vinda do diretor do Desap à Câmara, questionava justamente essa diferença entre o valor avaliado pela Prefeitura e o pago durante o leilão.
Lima explicou que a Prefeitura não tinha conhecimento do leilão e que, mesmo se tivesse, não poderia ter dado lance no processo falimentar. Ele declarou ainda que casos como esse, de falência, “têm critérios próprios de avaliação”.
“Segundo o que foi aqui apresentado, o valor real é R$ 62 milhões, e esse leilão é que ficou muito abaixo do preço. Não tenho como duvidar dessas informações. Mas a demora de um ano de todo esse processo acabou gerando a confusão”, comentou Donato.
Por CMSP