Já é história
Ex-ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, Dilma foi alçada já em 2008 à condição de candidata pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começou então a dar as primeiras indicações de que gostaria de ver uma mulher ocupando o posto mais importante da República.
Ela foi indicada para o ministério logo após Lula se tornar presidente, em 2002. No comando da pasta, anunciou novas regras para o setor elétrico além de lançar o programa Luz para Todos –uma das bandeiras de sua candidatura.
O novo marco regulatório para o setor elétrico –lançado em 2004– foi considerado a primeira iniciativa do governo Lula, na área de infra-estrutura, de romper com os padrões do governo FHC, marcado pelo “apagão” de 2001.
A principal característica do novo marco foi o aumento do poder do Estado em detrimento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Mineirinha
A menina que estudou em colégio de freira e acabou na militância política contra a ditadura foi indicação do próprio presidente Lula para disputar a sucessão presidencial.
O processo de preparação para a disputa foi interrompido pelo tratamento do câncer no sistema linfático que acometeu a petista em abril de 2009. Depois do tratamento, Dilma retomou o ritmo de campanha. O advogado Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, a conheceu aos 19 anos e permaneceram casados por 30 anos, até 1994.
Filha do engenheiro búlgaro Pedro Rousseff, e da professora Dilma Jane Silva, a ex-ministra teve dois irmãos : Igor e a caçula Zana. Com a perda do pai (em 1962) e a irmã (1976), Dilma fez dos amigos e companheiros sua família.
Prisão
O advogado foi o segundo casamento de Dilma. Em 1967, em Minas Gerais, ela oficializou no civil o relacionamento com Claudio Galeno, após um ano de namoro. O jornalista, cinco anos mais velho, era integrante do movimento Política Operária (Polop). A separação, diz ele, ocorreu em decorrência do regime político da época. Perseguidos pela ditadura e na clandestinidade, fugiram de Minas para o Rio. De lá, Galeno foi transferido para Porto Alegre. A petista ficou no Rio – onde conheceu Carlos Araújo, gaúcho e dez anos mais velho.
Araújo fazia parte da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR-Palmares, que nasceu da fusão de duas outras organizações de luta contra a ditadura – o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). No final de 1969, Dilma mudou-se do Rio de Janeiro para São Paulo, onde acabou sendo presa e torturada nos porões da Oban (Operação Bandeirantes) e do Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Ficou detida no presídio de Tiradentes até 1972.
Ministra
Ainda nos tempos da militância, Dilma teve seu primeiro contato com personagens que hoje ocupam posições estratégicas em sua campanha presidencial. Quando vivia com os sogros em Porto Alegre, Araújo estava preso na ilha das Pedras Brancas junto com Rui Falcão, deputado estadual e atual coordenador de comunicação de sua campanha.
Na campanha, está outro amigo daquela época, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel.
Assim que deixou a Casa Civil, Dilma escolheu Minas Gerais, onde nasceu, para iniciar a pré-campanha.
Dilma tem mania de apelido, demonstrando afetuosidada e bom humor. Mesmo na cadeia, Dilma brincava de por apelidos nas colegas.
Muitos tentam tachá-la de temperamental, por enfrentar homens poderosos com uma forte postura de liderança. Com ironia, Dilma costuma dizer: “Sou uma mulher dura cercada de homens meigos”.