No debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a candidata à presidência Dilma Rousseff reiterou sua posição em defesa da vida. Segundo ela, o aborto é uma violência contra a mulher, mas precisa também ser discutido como uma questão de saúde pública.
“Não acredito que mulher alguma seja favorável ao aborto. Pessoalmente, não sou favorável ao aborto, mas, como presidente da República, terei de tratar a questão das mulheres pobres que usam métodos absolutamente bárbaros e correm risco de vida”, disse a candidata.
Dilma avaliou que o Brasil viveu um processo de “deterioração das famílias” durante os anos de desigualdade, desemprego e exclusão social que antecederam o governo Lula. Para a candidata, programas como Bolsa Família ajudam no fortalecimento das famílias brasileiras, e na proteção das crianças e adolescentes em situação vulnerável.
Creches
Ela renovou o compromisso com a criação de 6 mil creches, para aumentar a cobertura para crianças com idade até quatro anos e com a Rede Cegonha para atender bebês e gestantes.
“Um país sempre vai ser julgado pelo que faz pelas suas crianças e jovens. Eu tenho certeza que o fato de a gente ter tirado 28 milhões de pessoas da miséria contribuiu bastante para que as famílias protejam suas crianças”, afirmou, acrescentando que o combate ao crack é fundamental e será feito por meio de ações de prevenção e repressão.
“O Brasil teve um processo de deterioração da família. Aí tomou conta do Brasil o crime organizado, porque o Estado saiu das periferias das grandes cidades.”
Fichas sujas
A candidata à presidência Dilma Rousseff foi taxativa ao negar a participação de políticos ficha suja no seu governo. No debate da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dilma considerou um “avanço da democracia” a chamada Lei da Ficha Limpa, que impede candidatos já condenados por um colegiado de concorrer a um cargo público.
“Não permitirei no governo [a participação de políticos ficha suja]. Além disso, eu considero que esta questão é muito séria. É um avanço da democracia”, afirmou, lembrando que o projeto foi uma iniciativa da CNBB.
Segundo ela, a Polícia Federal foi fortalecida pelo governo Lula para atuar no desmantelamento de esquemas de corrupção e o Ministério Público Federal mostrou-se decisivo nas investigações.
“Não tivemos em nenhum momento um ‘engavetador-geral da República’, mas um procurador-geral da República, que investigou todos os processos solicitados. A corrupção é um mal que afeta várias instituições, não só o governo federal. E tem que ser combatida doa a quem doer, puna a quem punir”, disse Dilma.“Tenho 25 anos de vida pública. Jamais fui acusada de qualquer ato indevido.”
Programas sociais
Dilma defendeu os programas sociais do governo Lula que resgataram 28 milhões de pessoas da miséria. Segundo ela, o governo provou que distribuir renda e garantir ascensão social era “imprescindível” para o desenvolvimento econômico do Brasil. Um dos resultados foi a passagem de 36 milhões de pessoas para a classe média.
“Mostramos que essa era uma condição essencial para esse país se tornar soberano e independente. E isso possibilitou que, diante da crise, tivéssemos uma marolinha e não tsunami. O que segurou a crise foi o mercado interno. Não precisamos recorrer ao Fundo Monetário Internacional”, lembrou.
A candidata encerrou sua participação no debate com um reconhecimento ao que chamou de “trabalho admirável” feito pelas igrejas e reforçou a necessidade de uma parceria com o poder público. Para Dilma, o cristianismo marcou profundamente a humanidade com um preceito que a candidata considera fundamental: “amar aos outros como a si mesmo.”
por: Dilma13