A ex-presidenta Dilma Rousseff tem certeza de que, no próximo domingo, 2 de outubro, o Brasil ficará do lado certo da história e elegerá Lula presidente mais uma vez.
“Nos últimos meses, vimos nosso povo ir às ruas defender mais direitos, mais avanços e combater o retrocesso. Ele disse não ao ódio e sim à democracia. O nosso povo é sábio”, afirmou, nesta quarta-feira (28), em entrevista ao Jornal PT Brasil (assista abaixo).
“Os brasileiros que lutam pela democracia, que querem um Brasil reconstruído, devem se manter mobilizados, independentemente de posições partidárias”, prosseguiu Dilma. “A democracia é o lado certo da história. E, no dia 2, o lado certo da história é apertar 13. É eleger Lula presidente”, completou.
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Início da reconstrução
Para Dilma, a vitória de Lula será o primeiro passo para a reconstrução do Brasil e para a retomada da democracia, com a superação definitiva do golpe de 2016, contra o qual o povo brasileiro heroicamente resistiu.
“A nossa esperança é que essa coragem toda do povo brasileiro faça com que esse golpe contra o Brasil, contra o nosso povo e contra a democracia comece a ser liquidado agora, no dia 2, com a vitória de Lula no primeiro turno”, disse.
A primeira mulher eleita presidenta do Brasil consegue, como poucas pessoas, apontar os motivos e as consequências do impeachment fraudulento que a tirou do poder.
“O Brasil pagou um preço que dura até agora”, analisou. Ela lembrou que, após o golpe, o orçamento público foi sequestrado por meio do teto de gastos, os direitos dos trabalhadores foram roubados com a reforma trabalhista e a Petrobras e o pré-sal acabaram entregues a interesses estrangeiros.
Devido ao teto de gastos, o país sofre com falta de recursos para a educação e a saúde, o programa Minha Casa Minha Vida foi interrompido e o Bolsa Família virou algo eleitoreiro. Já a reforma trabalhista abaixou os salários, reduziu direitos e desmontou os sindicatos. E a entrega da Petrobras resultou nos absurdos preços do gás de cozinha, da gasolina e do diesel, que afeta diretamente o custo dos alimentos.
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“Nossa maior riqueza é o povo”
“Os brasileiros têm absoluta consciência do que aconteceu. O golpe que levou à ditadura militar durou 21 anos. Este está durando menos porque as pessoas adquiriram imensa consciência”, avaliou. “A eleição de Lula será uma espécie da ato inicial de libertação do Brasil e de reforço da democracia.”
A libertação trará, na sua avaliação, a retomada de um processo interrompido. “O golpe não foi contra mim, mas contra todos os avanços feitos desde o governo Lula, passando pelo meu governo”, ressaltou. “Vamos reiniciar o processo democrático e de crescimento econômico, mas, sobretudo, vamos voltar a combater a desigualdade.”
O Brasil não pode abrir mão do compromisso com a redução da desigualdade, defendeu Dilma. “O pré-sal, nossas florestas são riquezas. Mas nossa maior riqueza é o povo brasileiro. Temos de dar condições para que ele se transforme, para que as mulheres criem seus filhos, para que nossas crianças não fiquem paradas nos semáforos pedindo esmola, mas sim que estudem e virem técnicos, engenheiros, cientistas”.
É o povo com conhecimento que vai tirar o Brasil da miséria e o levar à riqueza, assegurou Dilma. “O caminho da riqueza é um só: educação, educação e mais educação. E isso, tenho certeza de que este terceiro governo Lula saberá fazer com grande competência, porque já fez uma vez.”
Mulheres, fonte de consciência
Dilma ressaltou que as mulheres desempenharam um papel fundamental na resistência contra o golpe e se tornaram, hoje, uma fonte de resistência ao atraso que Jair Bolsonaro representa.
“A mulher é contra arminha, ela quer paz, condições para criar suas famílias e filhos, para olhar seus netos. E aí, ela tem um papel fundamental na formação da consciência e se torna, junto com os mais pobres, um bloqueio ao bolsonarismo. E elas darão, mais uma vez, tenho certeza, a vitória ao presidente Lula”, previu.
Essa consciência já se espalhou pela sociedade brasileira, como demonstrou o pedido de desculpas público feito a ela pelo youtuber Felipe Neto. “A verdade vem prevalecendo. Para mim, foi muito comovente o Felipe Neto porque ele é uma pessoa que está construindo a própria consciência”, contou.
E, por fim, se mostrou extremamente confiante na união de todos que prezam pela democracia em torno da chapa de Lula e Alckmin. “Vivemos um processo eleitoral que agrega o maior número de pessoas democratas e com compromisso com este país. Não é uma questão só de posição partidária, e isso foi feito de forma brilhante pelo companheiro Lula, que tem a capacidade de diálogo e de criação de consensos como características. E isso, tenho certeza, vai resultar num bom momento para nós no dia 2 de outubro.”
Da Redação da Agência PT